NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



domingo, 12 de setembro de 2010

VENDAS DE JOGADORES: ESTRATÉGIA OU MAU NEGÓCIO?!

No dia 06/09/2010, o jornal Correio do Povo publicou uma matéria cuja manchete era a seguinte:

Em seis anos, Inter arrecada R$ 311 milhões com a venda de jogadores

Estratégia de gestão mantém salários em dia e garante melhorias na infraestrutura do clube


Em suma, Fernando Carvalho defende a continuidade das vendas de jogadores como forma de melhorar o time e ganhar títulos. Seguem trechos:

A torcida não gosta, a imprensa critica, mas o Inter mantém a rotina: a cada ano, dois, três ou até quatro craques deixam o Beira-Rio rumo à Europa em troca de um bom punhado de euros. Com eles, o clube enche o seu cofre e ganha fôlego para novas contratações.

A receita mantém os salários em dia e promove melhorias na infraestrutura oferecida para treinos. Trata-se de uma estratégia admitida pelos dirigentes e cujos resultados são comprováveis na sala de troféus, abarrotada nos últimos anos. "Não enganamos a torcida. Todos sabem que fizemos isso como estratégia de gestão. Parece uma contradição, mas a verdade é que, a cada venda, melhoramos o time", observa o vice-presidente de futebol Fernando Carvalho, que implementou a estratégia vendedora quando foi presidente do clube, entre 2002 e 2006.


Só em 2010 foram quatro importantes vendas. O primeiro foi Danilo Silva, que trocou o Beira-Rio pelo Dínamo de Kiev no início da temporada. Depois, Walter saiu para o Porto. Sandro, negociado também em janeiro, deixou o clube depois da conquista da Libertadores. Por último, saiu Taison. O atacante recebeu uma proposta do Metalist, da Ucrânia, e foi embora já com a medalha de campeão da Libertadores.

"O Inter cresce a cada venda. Antes de vender, já temos a reposição. Vendemos o Taison, porque há o Marquinhos. Saiu Sandro porque o Wilson Mathias já estava aqui", finaliza Fernando Carvalho.

A matéria pode ser lida na íntegra em:
http://www.correiodopovo.com.br/Esportes/?Noticia=192806


Vamos aos comentários:

"Saiu Sandro porque o Wilson Mathias já estava aqui", finaliza Fernando Carvalho.

PIADA! Quando Sandro foi vendido, no início do ano, Wilson Mathias nem sonhava em jogar no Inter! Esta frase de Fernando Carvalho soa a deboche. Dizer isto é brincar com a inteligência do torcedor.

Fernando Carvalho é um dos maiores dirigentes da história Colorada em todos os tempos, senão o maior, tendo, inclusive, o meu agradecimento público registrado em monografia (http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18924/000605608.pdf?sequence=1), PORÉM, ele é um tanto contraditório e fanfarrão em determinados momentos e creio que faz isso pois sabe que tem o respaldo dos resultados recentes de campo.

Sei que qualquer coisa que se diga contra FC neste momento será considerada um ato de insanidade e que ele já ultrapassou a barreira da divindade para a maioria dos novos torcedores colorados (daqueles que se dizem colorados de 2006 pra cá, pelo menos), mas eu lembro quando o próprio disse que o Inter não precisaria mais vender titulares quando o clube atingisse a marca de 50 mil sócios. Hoje o Inter já tem mais de 100 mil sócios e o nº de titulares vendidos só aumentou.

Particularmente, eu acho que o Inter vende muito mal seus jogadores. E arrecada pior ainda!
Essa matéria esconde o fato mais relevante das vendas: o Inter está nas mãos dos empresários desde 2007!
Por que o Inter vende tanto? Porque não detém o passe dos jogadores sozinho. Quase todos estão divididos com um ou mais investidores! Se o Inter vende um jogador por, digamos, R$ 10.000.000,00, o que é ridículo para o mercado atual, fica apenas com 50% ou menos desse valor.

As duas maiores vendas da década foram realizadas ainda na gestão do Fernando Miranda: Lúcio e (argh!) Fábio Rochemback (quando o dólar valia o dobro do real). Até porque o Alexandre Pato NÃO foi vendido, o Milan pagou a multa recisória e o Inter nada pôde fazer.

Eu discordo dessa política de vendas, especialmente porque ela custou o título do campeonato brasileiro no ano do nosso centenário. Ou alguém tem alguma dúvida de que o Inter ganharia o título com o Nilmar e apesar do pastor-adenor-tricolor-distribuidor-de-coletes?!

Mas enquanto o Inter ganhar títulos ninguém mais reclamará. Infelizmente é assim. Lamentavelmente tem gente que diz que "enquanto estiver ganhando títulos, pode rasgar o meu dinheiro". É o cúmulo da alienação e da burrice.

Ontem, o gfbpa assinou seu atestado de óbito, no que se refere a conquista de títulos, por mais uma década, pelo menos, ao eleger TODOS os conselheiros de uma única chapa, a chapa do paulo odone, que usa o gfbpa como trampolim para a política em sentido mais amplo. Isto faz mal para o clube e pra qualquer seguimento da sociedade, porque abafa ou elimina a crítica e permite a prática arbitrária de um determinado grupo (que é o que vem ocorrendo no Inter nos últimos quatro anos).

Espero que os mais de 100 mil sócios colorados e a atual "oposição" colorada não sejam burros e cegos a este ponto nas eleições que se aproximam.

VAMO VAMO INTER!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CRÍTICAS

Temos por hábito reservar o espaço das postagens para expor as nossas ideias, fazendo as manifestações acerca dos comentários de nossos leitores no próprio espaço para os comentários. Contudo, dada a contundência das críticas do Guilherme e as questões que ele aborda, que são nevrálgicas a nós, optei por transcrever o seu comentário como post e apresentar aqui mesmo a minha manifestação. Segue, então, o comentário:

"Como voces nao querem ser chamados de corneteiros, secadores? A preocupação de voces é tao grosseiramente politica que chega a dar pena. O fato de eu ter postado em outro topico e o post ter sido previamente apagado prova o que quero dizer. Os post de voces sao raivosos, tendenciosos. Aquele que critica o livro do Fernando Carvalho, baseado em um trecho em que ele simplesmente afirma que prefere que um time vença mostra que aqui o que há é despreparo para argumentar. Se alguem aqui realmente leu o livro dele, sem ficar "caçando" coisas para acusa-lo de gremista(?) verá que a ideologia dele era de times com meio-campo povoado. Isso é bem claro no inicio. Alguem de voces leu o que ele conta sobre o trabalho nas categorias de base? Sobre o fato de ele nem ninguem receber salario para trabalhar la? O livro dele, ao contrario do que esa visão previamente politica de voces diz, é uma inspiração para qualquer colorado.
Tem um outro post, que é mais antigo, que há uma patetica comparação das Gestoes Fernando Miranda x Fernando Carvalho x Vitorio Piffero. Chega a dar pena. Pra quem não é colorado, nunca acompanhou o clube, pode ser que cole. Mas logo se ve que se trata de politicagem. Não estou dizendo que Fernando Miranda foi um cancer ao Internacional, afinal sou torcedor sem ladinhos politicos. Penso que a estrategia que ele usou, de saldar dividas com jogadores foi válida, no momento em que abriu caminho para a gestão modelo de Fernando Carvalho.
Será que ninguem aqui ve que, quem mais gosta do Inter em crise é a imprensa? Que essa historia de que "gremio joga na superaçao e Inter na categoria e futewbol bonito" é produto de venda da imprensa? Porque alguem daqui acha que Autuori na deu certo nos azuis? E porque Fossati nao deu certo no Beira-Rio, mesmo tendo eliminado Banfield e Estudiantes, este ultimo impondo terríveis provações?
Ler os posts de voces me levam, torcedor colorado acompanhador da vida colorada desde criança, a achar que voces são uns "do contra".
2007 foi ruim? Foi. 2008 foi ruim? Não, nao considero assim. 2009 foi ruim? Não, embora desse pra ter sido melhor, nao da pra comparar 2008 e 2009 com as campanhas de 2000 e 2001, onde o Inter foi 9º nas duas da primeira fase, o que hoje significa zona de sulamericana, sem mencionar que, com mais adversarios do nivel do Goias de hoje, perdiamos pontos idiotas.
Serio mesmo, se voces dessem o braçop a torcer, seria compreensivel. Eu tambem fui contra a demissao do Fossati, mas isso porque eu sei que ele tambem teria trazido a Libertadores pra casa. Voces falam de futebol bonito, mas duvido que isso teria ganho do Estudiantes, daquela catimba.
Como eu sei que voces nao irão nem dar 9importancia para isso, espero que PELO MENOS meu post fique aqui, e nao seja apagado como fizeram com meu outro.
Guilherme S Feldens"


Guilherme, antes de mais nada, quero te agradecer pelo comentário e dizer que o debate qualifica este espaço, que foi criado justamente para fomentar a troca de ideias entre Colorados. O contraditório nunca será desprezado por nós e se tu reclamas de um comentário teu que foi supostamente apagado, te garanto que deve ter ocorrido algum problema na postagem, pois os comentários não apenas são mantidos como sequer sofrem ação de moderação. Podes comprovar isso verificando as postagens mais antigas, cujos comentários lá estão, por mais contrários que sejam às nossas posições e alguns até bastante agressivos e ofensivos, os quais apenas reforçam e ratificam as nossas ideias. A responsabilidade pelos comentários é de quem os escreve e eles às vezes aparecem anônimos, mas mesmo assim nãos os apagamos. Se houver algum que inclua conteúdo que nós entendemos que pode atingir terceiros e que possa nos trazer algum tipo de problema, este sim será eliminado, mas até agora não houve nenhum caso, portanto o teu comentário anterior deveria estar disponível, mas por alguma razão que desconhecemos não está.

No mérito, reforças a ideia de que somos “corneteiros” e “secadores” e atribuis conteúdo meramente político às nossas manifestações. Para que todos possam avaliar com clareza, te peço, por favor, que indiques o movimento político ao qual os membros do blog são filiados ou por qual chapa algum de nós vai concorrer a uma vaga no Conselho Deliberativo. Se não conseguires fazer isso, tua análise fica prejudicada, pois que tipo de “politicagem” estaríamos fazendo se estamos alheios ao efetivo processo eleitoral? A tua manifestação, sim, tem cunho político, na medida em que fica claro o apoio incondicional à direção e a pouca vontade de discutir sobre pontos específicos que são alvos de nossas críticas e que em geral passam ao largo das campanhas políticas.

Sobre livro do Fernando Carvalho, te afirmo que admiro muito o trabalho que ele comandou junto às categorias de base e foi principalmente isso que me fez votar nele desde a sua primeira candidatura. Quanto ao fato de não receber salários, usas isso como se fosse um mérito que o distingue de outros, mas gostaria de saber se há ou se já houve algum membro da direção que tenha recebido remuneração para trabalhar no clube. Eu mesmo respondo: não, então essa condição não é suficiente para avaliar a competência de quem quer que seja. É preciso, porém, estabelecer com clareza as diferenças sobre os temas que abordamos. O livro do Fernando Carvalho tem passagens muito interessantes, sim, mas as citações que foram feitas não foram descontextualizadas. Te desafio a encontrar qualquer passagem do livro em que os comentários tão elogiosos ao Fábio Koff sejam repetidos em relação às gestões vitoriosas do Inter nos anos 70. Será que ele imagina que o Koff foi um melhor dirigente do que o Balvê, por exemplo? Não acredito. Isso, na minha opinião, está mais relacionado à tentativa sutil de incutir na cabeça dos Colorados que o Inter só passou a ser grande depois de 2002. Vejamos a seguinte afirmação, extraída da página 101 do livro: “Realmente a minha motivação era o clube, era fazer essa mudança, ser maior que o nosso rival, tornar o Inter um clube grande e vencedor.” Ou eu realmente não consigo entender o que ele escreve ou fica claro, principalmente pelo uso do termo “mudança”, que ele está dizendo que o seu trabalho é que fez do Inter um clube grande e vencedor. Não estou inventando essas palavras, elas estão lá no livro.

Por outro lado, Guilherme, te peço para expandir um pouco mais esta tua afirmação: “Que essa historia de que "gremio joga na superaçao e Inter na categoria e futewbol bonito" é produto de venda da imprensa?” Não quero nem de longe defender a imprensa, a cujo trabalho tenho muitas críticas, mas pelo que tu disseste, parece que foi a imprensa que criou o Rolo Compressor, o time dos anos 50, o timaço dos anos 70, o grande time Campeão Mundial de 2006. Pelo que sei da história Colorada, e a despeito do que tu dizes, a conheço um pouquinho, esses times, que conquistaram os maiores títulos não eram afeitos a essa ideia de futebol de resultado, que dá bico pra cima, marga um golzinho de pênalti e arma uma retranca o tempo todo, defendida pelo Fernando Carvalho. Pelo contrário, esses times, que forjaram o estilo Colorado de jogar, ganharam porque tinham muita qualidade, o que não quer dizer que abdicaram da raça, da garra e outras qualidades, mas essas são acessórias, pois o que conta primordialmente é o futebol. Será que alguém vai poder dizer que Carpegiani, Falcão, Figueroa, apenas para ficar nos 70, eram craques apenas pela força? É disso que estou falando. Não queira, por favor, distorcer as minhas palavras.

Outra frase tua, Guilherme: “Pra quem não é colorado, nunca acompanhou o clube, pode ser que cole.” Te devolvo a afirmação: pra quem não é colorado pode ser que cole a substituição do Saci pelo macaquinho, ou do histórico slogan “Clube do Povo”, imortalizado no nosso hino, por “Campeão de Tudo” (isto, aliás, é um fato, não um slogan), ou a supressão dos direitos do sócios do Parque Gigante, que sempre estiveram ao lado do Inter nas épocas de vacas magras. Talvez quem não seja tão Colorado não se importe de ficar fora do Beira-Rio na decisão da Libertadores, mas eu tenho certeza que o grande número de torcedores fiéis, que vão na chuva e no sol ao Beira-Rio, mesmo quando o jogo não tem o glamour de uma final de Libertadores, se sentiram muito descontentes por não conseguirem comprar ingresso, devido à pífia (sem trocadilhos) maneira como é administrada a questão da venda dos ingressos. Como se explica o grande número de carteiras na mão de cambistas? A direção não tem como controlar isso? Esse tipo de coisa é que criticamos, entendes?

Ainda as tuas críticas: “Ler os posts de voces me levam, torcedor colorado acompanhador da vida colorada desde criança, a achar que voces são uns "do contra".” Te pergunto: eras nascido no começo da década de 80? Se eras, por onde andavas quando o Inter não ganhava mais do que campeonatos gaúchos? Estavas no Beira-Rio quando o Inter levou 4 do Juventude? Ou antes, quando entregou o título brasileiro para um Bahia, cujos ícones eram Bobô e João Marcelo, que depois ficou conehecido com “Porteira do Rio Grande”, por sua passagem pelo time da Azenha? Eu estava lá, em todos esses e em outros piores, portanto não queiras tu agora me dar “carteiraço”, com todo o respeito. Te sugiro, e é somente uma mera sugestão, que te limites a falar do que conheces. Se, porém, preferires abordar assuntos que te são estranhos, apresente argumentos mais qualificados e não rebaixe a discussão.

Tu achas que não temos argumentos. Isso me leva a crer que não lês com atenção devida os nossos textos. Do contrário saberias que sempre são acompanhados de suportes fáticos, referências históricas, comentários da imprensa, enfim, de ARGUMENTOS capazes de justificar as nossas ideias.

Espero que possamos nos encontrar pessoalmente no Beira-Rio para que possamos trocar mais ideias. De preferência em um jogo de gauchão, numa quarta-feira às 10 da noite, com chuva e frio, porque daí poderemos tirar a atenção um pouco do campo para podermos conversar. Eu estarei lá. E tu?...

Grande abraço!