NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

FESTAS E COMEMORAÇÕES


Fim de ano é época de comemorações. Festas pipocam a todo momento. Tudo é motivo pra festejar. 

Por outro lado, na Irlanda há o Bloom's Day, quando são lembradas as peripécias do personagem do livro Ulisses, do James Joyce. 

Um amigo meu, de outro estado, ficou impressionado pela organização da festa do mazembe's day, dizendo que certamente ela é inspirada na efeméride dublinense (certamente os organizadores tricolores são leitores de Joyce...). Esse meu amigo torce para um time do estado dele, mas aqui tem uma certa simpatia pelo Inter, então me perguntou se a gente faz eventos parecidos nas datas que celebram os dois rebaixamentos do "imortal".

Perguntei pra ele se a festa maior é de comemoração pela passagem de 6, 14, 27 ou 100 anos de alguém.

Obviamente ele respondeu que é nos 100. 

Aí está a resposta para o que ele mesmo me perguntou: a gente faz grandes festas pra comemorar datas raras, quando não únicas. Já fatos corriqueiros, às vezes passam até em branco. Então, meus amigos gremistas, gritem, pulem, chorem, esfreguem suas bundas pelo chão da cidade. Hoje a festa é de vocês. 

Se bem que eu tenho um campeonato brasileiro aniversariando hoje...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A DITADURA DOS "MAIS" COLORADOS

Após o jogo de ontem, tomei a decisão de não escrever, não debater, não comentar, enfim, de me abster de falar sobre as mazelas do Internacional neste momento. Comentei essa decisão com o Álvaro. Entretanto, diante do que tenho visto, lido, ouvido nos últimos tempos, e particularmente frente ao que andei lendo hoje, achei que seria interessante flexibilizar a minha decisão.

Há um clube no Brasil, que está sediado na periferia do centro econômico do país, que, apesar disso, foi Campeão do Mundo jogando contra o time mais poderoso do planeta, que tinha no seu elenco estelar o melhor jogador do mundo na época. Antes disso, este clube protagonizou uma façanha jamais repetida, conquistando o título do campeonato mais difícil e disputado do futebol mundial sem perder nenhum jogo. Este é o clube que surgiu sob a égide do pluralismo, e que, antes de qualquer outro, aceitou nas suas fileiras pessoas de qualquer cor, etnia, credo. É o clube que tem um time que ganhou um nome, Rolo Compressor, que ainda hoje emociona os seus e assusta os adversários. Pois é para este clube que nós torcemos. E quando eu digo nós, estou me referindo a todos os Colorados. Desde o poderoso magnata até o mais humilde morador da favela, que não tem nenhuma condição de se associar, embora de algum tempo para cá esta condição de associado pareça estar definindo a qualidade do torcedor: sócio é Colorado, não-sócio é uma subcategoria, eis o pensamento da gestão.

Pois é incrível que torcedores desse clube glorioso, que ousam não gostar de perder 4 jogos na sequência; que ousam reclamar de abandonar a disputa pelos primeiros lugares na tabela desde o começo do segundo turno do campeonato; que ousam achar que não está certo perder para os candidatos ao rebaixamento, inclusive em casa; que ousam se sentir incomodados por chegar na última rodada estando a quase duas dezenas de pontos de distância de um clube bi-rebaixado; esses torcedores que acham estranho que a direção do clube proíba a exibição de faixas contendo críticas ao estado atual; que não entendem como pode um vestiário derrubar tantos técnicos; que não aceitam a passividade da presidência e seus assessores; que não admitem a ideia de que um clube que investe quase dez milhões de reais mensalmente na folha de pagamento não esteja disputando o título na última rodada; esses torcedores são chamados de corneteiros ou secadores pelos que se acham os "verdadeiros" Colorados.

O que vocês estão pensando, senhores defensores do "apoio incondicional"? Que são mais Colorados do que nós, que não estamos felizes com o que está acontecendo no Clube do Povo e que não temos medo de externar nossas ideais? Não estou falando do clube do ódio, que critica tudo e todos, para quem nada está certo nunca. Esses são quase folclóricos e a própria torcida se encarrega de abafar-lhes a voz. Estou falando de COLORADOS, sim, nós somos COLORADOS tanto quanto os senhores, que não se resignam diante daqueles problemas referidos e outros muitos que estão evidentes na administração do Inter. E, infelizmente, não estou falando das eleições que se aproximam, pois estou cada vez mais convencido que o Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional não é mais do que um órgão de figuração. Entendo que a torcida do Inter, e friso que não estou falando apenas dos sócios e clientes (é assim que o marketing do Inter se dirige aos sócios), deve, APÓS O gre-NAL, sair às ruas, procurar a imprensa, usar as redes sociais, enfim, deve usar todos os meios de que dispuser para concretizar ações que busquem recolocar o clube nos trilhos das suas glórias, tirando-o da posição coadjuvante que nos foi relegada neste 2012. Se os senhores veem as coisas de modo diferente, devem ser respeitados por isso, mas não venham querer se alçar à condição de "mais" Colorados. Respeitem as nossas posições como nós devemos respeitar as suas. Ou talvez passemos a chamá-los de secadores por entendermos que os senhores querem a manutenção desse estado caótico em que se encontra o futebol do Inter...

A História nos mostra ao longo dos tempos que não há conquistas sem lutas, sem irresignação, sem discordância. Concordar com tudo o que vem da cima pelo simples fato de que devemos apoiar os nossos representantes é uma forma no mínimo estranha de postular o crescimento do clube. É preciso reclamar, protestar, manifestar a indignação. Como justificar a entrevista de um jogador como D'Alessandro, que já nos deu tantas alegrias, ao final do jogo, dizendo que o ano acabou, que é preciso sair em férias e projetar 2013? Como assim?? Nós temos pela frente o jogo mais importante do ano e um dos mais importantes da história! Precisamos fechar o cadeado no campo da Azenha/Medianeira com a mesma chave que abrimos aquela porteira há mais de meio século.

Vamos apoiar o time no gre-Nal? Sim, obviamente, eu inclusive vou ao Olímpico. E lá não vou vaiar, não vou fazer nada que possa tumultuar o ambiente Colorado, por isso, a propósito, a minha decisão que referi no início. Só que não vou admitir ser chamado de corneteiro e secador por quem parece estar contente com tudo o que está acontecendo!

Por favor, senhores apologistas do apoio incondicional, apoiem, como nós o faremos, incondicionalmente o time no próximo domingo, mas não queiram calar a voz daqueles que propõem uma reação contra a maneira como o clube está sendo administrado.Vocês não são Colorados do que nós!

 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Da esquerda pra direita: Giovanni Luigi - Giovanni Luigi

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MINUTO DE SILÊNCIO

Eu tinha um tio, ex-atleta e ex-conselheiro do Inter.

Assim foi chamado pelo Aleco Mendes, antes da partida contra o Corinthians, no dia 18/11/2012, no minuto de silêncio dedicado a ele.

Esse meu tio infelizmente veio a falecer nesse fim de semana, depois de lutar, por anos, contra um câncer.

Meu tio Jaime, assim como o resto da minha família, ajudou a eu formar meu amor pelo Sport Club Internacional

Entretanto, devo a ele uma parte fundamental do meu coloradismo (e a minha futura formação acadêmica)

Meu tio era um corneteiro MORDAZ

Do time, vencedor ou não. Da direção, vencedora ou não

Uma espécie de Cláudio Cabral com esteróides;

Meu tio jamais fez vistas grossas para o que estava de errado com o time, mesmo nos tempos onde os títulos porejavam. Especialmente pras mamatas, panelinhas e corpo-mole de jogador.

Lembro de ter ficado perplexo ao vê-lo reclamar do time, logo após a Libertadores de 2006. Não tardava muito e eu e uma grande parcela da torcida se juntava ao coro de "Ei Abel tira o Michel" no início de 2007.

Particularmente, minha consolidação como corneteiro veio no ano de 2008, quando Tite conseguia a façanha de perder pro Ipatinga com, provavelmente, o melhor Inter no papel dos últimos tempos e eu era feroz crítico da postura medrosa do time, embora grande parte da torcida renovou votos de confiança pela direção pelo título da Sul-americana (que o Tite fez infinita força pra perder. Obrigado Nilmar! Mil vezes obrigado!)

Tio Jaime deve ter sido chamado de secador muitas vezes, especialmente porque tinha bom relacionamento com membros da chamada "oposição" no clube (se é que isso já existiu depois de 2002)

Eu já pensei isso dele em certa feita.

Peço desculpas

Ele só era mais um cara que estava preocupado com o clube, tal qual eu estou DEMAIS enquanto digito esse texto, e talvez  você, que lê do outro lado da tela.

Ironía do destino que, no dia em que tu fostes homenageado dentro do estádio que tu me ensinou a respeitar, a caixa de gordura entope, com a podreira que tu descrevias com minúcia.

Descanse em paz, mas nem tanta porque não é do teu feitio.

E obrigado.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

DEMOCRACIA DE FICÇÃO

Em tempos de Feira do Livro, a eleição presidencial do Internacional poderia ser uma obra coletiva de ficção que estivesse entre as mais vendidas do evento. O que aconteceu ontem, caso não se tratasse da história de um clube centenário, com milhões de torcedores espalhados pelo mundo, poderia ser considerado uma brincadeira de mau gosto.

Algumas coisas ficaram absolutamente claras a partir da reeleição de Giovani Luigi:

1º - o Internacional voltou a ser uma espécie de feudo, em cujo poder se revezam de forma rotativa homens (e agora uma mulher), que se julgam donos do clube;

2º - não há NENHUMA oposição à gestão e isso restou cristalino das palavras do presidente reeleito ao final do pleito. Perguntado pelo repórter da rádio Guaíba sobre o fato da reeleição ter sido garantida garantida pela hegemonia no conselho Deliberativo, conquistada na última eleição proporcional, ele rechaçou  de pronto essa ideia, dizendo que se estivesse se mantido o quadro estabelecido na eleição para o CD, hoje a sua chapa teria dificuldades até mesmo para ultrapassar a cláusula de barreira. Isso só foi possível, segundo o presidente, pela adesão de vários grupos à sua chapa. Grupos esses que, imagino, seriam de oposição. Para não deixar dúvidas, basta ver que a mulher que conquistou o honroso posto de primeira vice-presidenta do clube, há bem pouco tempo era uma das expoentes do movimento que se diz oposicionista;

3º - o Conselho Deliberativo é um órgão figurativo, sem nenhum tipo de poder no clube, exceto aquele de conferir uma certa legitimidade, também ficcional, à eleição presidencial, que visa a mascarar o sistema pelo qual de fato se exerce a governança do outrora Clube do Povo: uma autocracia absoluta.  

O Internacional está trilhando um caminho muito perigoso, que o está afastando cada vez mais das suas raízes populares. A elitização vem se consumando há algum tempo e o pleito que reelegeu atual gestão é reflexo disso. Perdemos uma grande chance de estar novamente na vanguarda, proporcionando a maior eleição presidencial de um clube na história do futebol mundial. Houvesse o chamado voto no pátio, mais de 75 mil Colorados poderiam escolher o novo presidente. Entretanto, o medo de "perder o poder" (explico as aspas adiante), fez com que se engendrassem uma série de manobras, dentre as quais a principal foi a suposta fragmentação do grupo diretivo. Perguntado se o ex-presidente Vitório Píffero poderia ocupar um cargo na gestão, especificamente como vice-diretor de futebol, o presidente reeleito tergiversou e falou em união dos Colorados. União ou acordão pré e pós-eleitoreiro?

Escrevi perder o poder entre aspas porque entendo que de nenhuma forma isso aconteceria. Como eu disse,não vejo oposição no clube. O ex-presidente Fernando Miranda definiu com muita precisão o quadro político que se estabeleceu para esta eleição presidencial. Ele disse que as três chapas poderiam estar fundidas numa só, pois todas elas eram absolutamente idênticas. Se retomarmos a ideia de que a reeleição foi garantida pelo apoio de conselheiros e movimentos "oposicionistas dissidentes", não há como contestar a a afirmação do Miranda.

Logo adiante teremos eleição para a renovação de 150 membros do Conselho Deliberativo. O candidato Luís Antônio Lopes disse que é preciso o sócio decidir entre manter a situação atual, que impede a realização da eleição presidencial no pátio, e uma renovação no Conselho. Fiquei muito curioso para ver a nominata da chapa do conselheiro Lopes e avaliar em que grau poderá se dar a "renovação" do CD. Todavia, não preciso esperar o lançamento oficial das chapas para afirmar sem medo de errar que NÃO HAVERÁ NENHUMA RENOVAÇÃO! O que era para ser um ar renovatório no CD, que foi a eleição de alguns integrantes de movimentos que estão na origem do Convergência Colorada, foi uma experiência absolutamente frustrada, seja pela cooptação de membros pela direção (relembrando a atual vice-presidenta), seja pela inércia dos conselheiros que se mantiveram numa suposta posição de oposição. Os movimentos novos sucumbiram diante de um projeto de união, ou convergência, que se transformou num bloco de oposição ineficaz, que acabou por ceder nomes importantes para a gestão. A minha experiência política não vê com bons olhos esse tipo de "oposição".

Fala-se em oposição consciente e propositiva. A consciência é algo subjetivo, mas a proposição eu não consigo ver. O clube afunda no futebol, as denúncias de graves problemas (caso das notas fiscais levantado pelo Siegmann) são abafadas, a torcida é impedida de manifestar seu descontentamento (episódio da manifestação no Parque Gigante), os sócios deixam de ter participação ativa na política do clube (eleger conselheiros, como se vê, é algo como se os ingleses pudessem eleger o rei), e por aí afora.

Realmente é preocupante o rumo do (praticamente ex) Clube do Povo.

Preparemo-nos para a volta do Celso Roth...

 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

POLÍTICA X POLITICAGEM


Estamos em período eleitoral e nessa época coisas muito estranhas, para dizer o mínimo, acontecem por aí. Teve grande repercussão um vídeo gravado por um torcedor gremista no último domingo, no estádio Olímpico, que mostra torcedores gremistas entrando no estádio sem apresentar o respectivo ingresso ou cartão de sócio. Em determinado momento, o cinegrafista amador denúncia o que ele chamou de prática do presidente Paulo Odone de franquear o ingresso para os seus “apadrinhados”, pois a funcionária passava um cartão, sempre o mesmo, que ela fez questão de esclarecer que não pertencia a ela e sim ao Grêmio.

O que o senhor Paulo Odone ou qualquer outro dirigente, conselheiro ou torcedor gremista faz no âmbito restrito do clube pode vir a me interessar apenas no aspecto quase lúdico e um tanto quanto folclórico da rivalidade Gre-Nal. Acontece que o vídeo citado levantou outra questão. Há a suspeita de que o vereador e candidato à reeleição Alceu Brasinha, do PTB, abertamente identificado com o Grêmio, que foi ou é conselheiro, tenha usado, e não pela primeira vez, o artifício de oferecer ingressos para o jogo em troca de votos. Várias pessoas que adentravam o estádio nessas condições usavam adesivos alusivos à sua candidatura e é pouquíssimo provável que isso se deva a uma mera coincidência. 

Em outro momento, a funcionária diz para o torcedor que gravava a cena algo como “foram vocês que votaram no Odone”.  Há notícias que o torcedor foi ameaçado e retirou o vídeo da rede (http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2012/10/02/pressionado-por-ameaca-de-processo-autor-do-video-das-catracas-retira-filmagem-da-internet.htm). Há também informações que dão conta que o borderô do jogo foi adulterado, conforme escutei mesmo na rádio Guaíba. Segundo o repórter Cristiano Silva em boletim veiculado no programa Repórter Esportivo, o borderô original continha anotações informando o número de ingressos fornecidos ao vereador, mas este foi refeito e entregue à FGF sem essas observações. Esses elementos compõem um quadro de extrema gravidade e que transcende os limites do futebol.

A reação exacerbada do senhor Odone, em entrevista que ouvi na segunda-feira à tarde, me preocupou em relação à possível ligação dele, enquanto presidente do clube, com essa fraude eleitoral, suspeita que se agrava na medida em que se sabe que nos próximos dias haverá também eleição para escolha da presidência do Grêmio. Paulo Odone referiu em todas as manifestações públicas sobre o assunto, o senhor Luís Moreira, dirigente ou funcionário do Grêmio, como o responsável pela administração e pela logística do acesso de torcedores ao estádio e o senhor Moreira teve a sua competência, honestidade e ética destacada não só pelo mandatário tricolor como por diversos jornalistas de grande credibilidade, entre eles o chefe de esportes da rádio Guaíba, Luís Carlos Reche. Pois bem, justamente em entrevista ao Reche, o senhor Moreira disse que o vereador Alceu Brasinha tem o hábito de comprar ingressos para os jogos, não sabendo dizer quantos, mas dando a entender claramente que em número considerável. Já em manifestação no programa Sala de Redação, Moreira confirmou o que havia dito e acrescentou que o vereador leva pessoas ligadas a ele para comprar os ingressos. Brasinha nega e isso por si só gera uma grande desconfiança, pois se o homem responsável pela administração do estádio confirma a prática, tratando como algo normal, porque o vereador se esforça tanto em negar? Se a conduta é lícita, não há motivos para negá-la.

A explicação oficial do Grêmio chega a ser patética. Segundo o presidente e o diretor, os torcedores adentraram o saguão das arquibancadas, com os seus respectivos cartões de sócio ou ingressos, e, em face da lotação, a Brigada Militar determinou que eles fosse deslocados para outro setor do estádio. Como eles já haviam entregado o ingresso e "queimado" o cartão, foi necessária a liberação da catraca com um cartão do clube. Qualquer pessoa que já tenha ido pelo uma vez a um jogo, seja no Beira-Rio, no Olímpico ou em qualquer estádio, sabe que depois de passar pela catraca não se volta mais. A questão da lotação é tratada antes da portão de entrada.  

No aspecto da logística de venda de ingressos, a questão é um tanto quanto nebulosa. Como visto, o senhor Luís Moreira afirma que o vereador Brasinha compra ingressos para os jogos com frequência e não há porque duvidar disso, afinal o diretor gremista teve sua honestidade atestada em várias esferas. Primeira pergunta: porque o vereador compra ingressos, e é importante que se destaque o plural, se é sócio e, portanto, não precisa de ingresso para entrar no estádio? Por outro lado, sempre se noticia que a compra de ingressos para os jogos é limitada, a fim de evitar a ação indevida de cambistas. Como então, o vereador compra os ingressos? Fica bastante claro que deve haver uma facilitação da direção gremista para isso. Se há, qual a intenção? Se a motivação for interna, dizendo respeito, por exemplo, ao pleito eleitoral do clube, pouco me importa, mas, como
fica claro, há outros interesses envolvidos e esses estão ligados à cidadania.

Em pleitos passados, o vereador Alceu Brasinha foi notícia por estar supostamente oferecendo alimentos para moradores de zonas pobres em troca de votos. Recentemente, por ocasião da apresentação de Vanderlei Luxemburgo como treinador, o presidente Paulo Odone fez com que ele aparecesse na entrevista coletiva com uma camiseta com o número do seu partido, o que foi uma inovação, pois nunca antes um treinador tinha vestido uma camiseta na sua apresentação, prática restrita aos jogadores contratados. Esses são apenas dois exemplos que apontam para a ideia de que a maneira de fazer política desses senhores é no mínimo questionável da perspectiva ética. Quando um candidato oferece favores e benefícios aos eleitores em troca de votos, ele estabelece uma relação de comprometimento que vai ter reflexos no exercício do seu mandato. E isso não só afronta a ética, como constitui crime.

Por isso é extremamente importante que se supere a famosa grenalização que contamina todos os assuntos relacionados ao futebol no nosso estado e se examine profundamente esse episódio. E aqui reforço a ideia de que o Grêmio, como instituição, não tem nada a ver com isso e está acima do fato.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

OS LANCEIROS NEGROS DO SÉCULO XXI

Hoje é um dia simbólico e, como tudo neste Continente de São Pedro, motiva manifestações apaixonadas pra tudo quanto é lado. O Juremir Machado da Silva adora fazer propaganda dos seus livros. Uma das diferenças fundamentais entre ele e o Paulo Coelho é que este último não faz nenhum esforço pra vender as porcarias que escreve. Bueno, mas tem um livro do Juremir, "História Regional da Infâmia", que conta a história da Guerra dos Farrapos por outro viés, apresentando uma versão bem menos heroica, por exemplo, do episódio conhecido como Massacre de Porongos, quando, segundo o autor, os Lanceiros Negros foram traídos pelo seu comandante, David Canabarro, e entregues desarmados para morrer na mão dos imperiais. Muito bem.

Hoje recebi um texto pelo facebook, atribuído ao Eron Dal Molin, em que ele critica duramente o "ufanismo farroupilha" e cita, também, o tratamento desumano recebido pelos negros durante o decênio heroico. Muito bem.

Admirável a preocupação desses homens de imprensa com o resgate de verdades históricas mascaradas e manipuladas pela historiografia oficial. Me pergunto, porém, porque eles não transferem essa preocupação com a causa do negro para os nossos dias e começam a usar o microfone para denunciar as práticas racistas de torcedores e dirigentes gremistas? A torcida chama os Colorados de macacos imundos a cada gre-Nal, entre outras coisas e o sr. Paulo Pelaipe é detido no Rio de Janeiro por ter chamado um segurança do Engenhão de macaco. Por que os nossos paladinos da justiça e da ética silenciam diante desses fatos, ao meu ver tão nojentos quanto o episódio histórico que eles criticam?

Eu acho que vou escrever um livro: "A história regional da hipocrisia"...

domingo, 16 de setembro de 2012

MAU EXEMPLO VINDO DE CIMA: clube racista com dirigente racista só pode ter torcedor racista...

Até quando a imprensa gaúcha permanecerá calada diante do racismo criminoso, odioso, escandaloso e explícito de grande parte da torcida gremista, que é, também, reflexo da omissão, conivência, cumplicidade, incentivo e impunidade de seus dirigentes???

É dever do jornalismo ético e honesto denunciar esse racismo atávico que impera no gfbpa.

Sigam o exemplo dos seus colegas jornalistas do centro do país, que não abafaram este caso ocorrido hoje envolvendo o dirigente gremista Paulo Pelaipe, famoso por suas fanfarronices e declarações falaciosas.

Racismo não é um "incidente"; racismo é crime! Racista não tem que pedir desculpas; racista tem que ser preso!


Pelaipe se envolve em incidente no Engenhão
Segurança reclama de racismo após suposta discussão com o dirigente


Dirigente do Grêmio é detido por ter ofendido membro da Federação Carioca
http://www.lancenet.com.br/minuto/Dirigente-Gremio-ofendido-Federacao-Carioca_0_775122559.html

Diretor de futebol do Grêmio chama seguranças de 'macaco' e é detido no Engenhão

Diretor do Grêmio se envolve em confusão e é detido por ofensas racistas

Diretor do Grêmio comete ato racista contra segurança durante jogo
Paulo Pelaipe foi conduzido por policiais para prestar esclarecimentos. Logo depois, ele foi liberado.

INGRESSO BARATO? SIM, É POSSÍVEL!


Ao ver a promoção que a direção do Inter fez para o jogo de hoje (anexo), contra o Sport-RE, no Beira-Rio em obras, às 18h30min, sob chuva forte, ventania e trovoadas, não pude deixar de lembrar de uma polêmica surgida com o aumento no preço dos ingressos dos jogos da dupla gre-Nal nos últimos sete anos.

O time e o elenco atual do Inter conta com três jogadores de seleção – Leandro Damião (Brasil), Forlán (Uruguai) e Guiñazu (Argentina) – e mais cinco que já tiveram passagens por seleções – D’Alessandro, Bolatti e Dátolo (Argentina), Juan e Kléber (Brasil) –, além dos consagradíssimos Índio e Bolívar, e especula-se que este time e elenco custa mensalmente aos cofres do Clube cerca de R$ 8 milhões. Em campo, porém, o time foi eliminado nas oitavas-de-final da Libertadores da América deste ano, após fazer a pior campanha dentre os dezesseis times classificados durante a fase de grupos, e, hoje, ocupa a modestíssima sétima colocação, com aproveitamento pífio de 50%.

Em partidas anteriores o ingre$$o com valor mais acessível ao torcedor para assistir este time caríssimo e com bom futebol apenas no papel era de R$ 30,00 (para o sócio-torcedor que paga meia entrada) e R$ 60,00 (para o torcedor não-sócio). Hoje, diante do limitadíssimo Sport-RE, provavelmente por desespero, a direção colorada parece ter descoberto a fórmula mágica para reduzir o preço do ingresso a R$ 5,00 (para o sócio-torcedor que paga meia entrada) e R$ 10,00 (para o torcedor não-sócio) – um valor acessível para todos os torcedores que queiram ir ao Estádio – e manter um time recheado de medalhões.

Como eu mesmo já havia comentado aqui e em e-mails que enviei aos jornalistas esportivos gaúchos, é possível, sim, ter time bom e caro (embora time bom não precise necessariamente ser caro e time caro não seja garantia de qualidade) e ingresso com valor acessível à grande massa colorada. Basta vontade política!

Agora, espero que os valores dos ingressos permaneçam com preços decentes para os próximos jogos, e não só quando o time estiver em situação difícil no campeonato e precisar do apoio dos torcedores que mantiveram o Clube de pé, firme e forte, até hoje, mas que ultimamente tiveram sua participação tolhida pelo preço abusivo dos ingre$$os devido à elitização que as gestões de 2002 até agora impuseram ao Clube do Povo.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A EUTANÁSIA COLORADA

Até ontem eu via o Inter como um paciente terminal, que a esperança de um milagre mantinha entubado. Mas os aparelhos foram desligados. A esperança irracional numa virada histórica e uma arrancada rumo ao título não resistiu a mais um erro de posicionamento da defesa.

Eu vi pela TV e ouvi pelo rádio um jogo em que o Inter foi relativamente bem e que merecia a vitória, entretanto, como a gente sabe, justiça é palavra estranha ao léxico do futebol. A apresentação razoável de ontem não pode, porém, mascarar alguns problemas recorrentes, a começar pela maneira como é feita a escalação. Há três vagas que são disputadas por cinco estrangeiros. Diante dos graves problemas que complicam a escalação a cada jogo (lesões, cartões, convocações e até disciplina), por que optar por um jogador que sabia-se de antemão que teria condições apenas para 20ou 30 minutos, conforme declarou o próprio Fernandão no retorno do intervalo? Se fosse o D'Alessandro, que já demonstrou capacidade decisiva, eu entenderia, mas preterir o Dátolo, que é um bom jogador, por um Forlán que até agora não disse a que veio, é incompreensível.

Todavia, esse é um problema circunstancial, que encobre outro, que diz respeito à (falta) de uma política de futebol. Há no contrato de certos jogadores, como Forlán e Juan, uma cláusula que obrigue o treinador a escalá-los?  Entendo que um jogador que foi escolhido o melhor da última copa e outro que foi recentemente considerado um dos melhores zagueiros do mundo cheguem com status de titularidade e por isso acho natural que tenham alguma preferência na escalação. Mas depois de vários jogos, e falo especificamente do Forlán, essa titularidade deve ser avaliada. O que está justificando a manutenção do uruguaio no time titular? Indo além, aonde está definida a obrigatoriedade da sua entrada em campo mesmo quando o time está jogando razoavelmente bem e o atacante que está jogando cumpre a sua função com certa competência?

Não quero me alongar demais, mas entendo que a decadência do Inter coincide com o momento em que passou (ou voltou) a ser escalado por empresários. Isso tem que mudar!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

RAIO-X

Recebi o texto por mail e transcrevo. Quase perfeito.

"Internacional 2006 a 2012: De Yokohama ao Olímpico

Publicado em 31 de agosto de 2012

Por Alexandre Perin

Há alguns anos, o ex-presidente Fernando Carvalho escreveu um livro
intitulado “De Belém a Yokohama: Como o Inter conquistou o Mundo”.
Leiam, é uma leitura obrigatória do case de sucesso que levou o clube
até seu Centenário no auge de sua história. Pois creio que está na
hora de uma segunda versão, contando tudo que ocorreu desde o título
mundial e que pode terminar na última rodada deste Campeonato
Brasileiro, no estádio do arquirrival. No zênite da desesperança.

Chegou o momento de mudar. Que outros errem, por suas cabeças. Que
acertem. Mas que façam diferente. Desde o 2º semestre de 2009 ocorre
um acentuado decréscimo técnico dentro do time colorado. Da formidável
equipe do 1º semestre do Centenário até hoje, é notório que o futebol
vermelho involuiu. Ainda com a base formada de 2009, o Inter levantou,
aos trancos e barrancos, a Libertadores em 2010.

Mas não soube a hora de mudar, trocar a fotografia, renovar o clube. A
idéia de “manter uma base de um ano para o outro”, desandou quando
alguns jogadores se tornaram intocáveis no elenco colorado. Hoje quem
fica são os jogadores que não dão mais resposta, mas que recebem
renovações de contrato, na melhor das hipóteses, “inexplicáveis”. É
necessário saber a hora de mudar os jogadores.

A falta de coerência no perfil dos treinadores é outra coisa que
impressiona: Roth, Falcão, Dorival, Fernandão só possuem em comum as
diferenças na maneira de pensar. A existência de dirigentes neófitos
no Departamento de Futebol, ou que não agregam valores mesmo há anos
nesta posição, é consequência da não-formação de dirigentes e do
isolamento político da diretoria. O orçamento de futebol do
Internacional é muito alto para ser colocado em mãos tão inexperientes
no assunto, com um conhecimento raso sobre o esporte-motor do clube.

A escolha de dois ídolos do clube como treinadores se mostrou
desastrada: sem apoio de um vice-de-futebol experiente, Falcão e
Fernandão rapidamente desandaram. Clemer e André Doring estavam há
mais tempo trabalhando no dia-a-dia do futebol, são identificados com
o clube. Deveriam ter sido as primeiras opções, mas o “bruxismo”
prevaleceu.

Com um Fernando Carvalho ou um Vittorio Piffero ao lado, pessoas mais
experientes, talvez fosse diferente. Colocar Falcão no meio da
Libertadores (2011) ou Fernandão no Brasileirão (2012) se mostrou um
desastre. Um dirigente disse que Fernandão era a pessoa certa após
conversar e saber que ele tinha “boas idéias”. Outro sequer sabia a
posição para a qual determinado jogador havia sido contratado. Um
terceiro virou Vice-Presidente com uma única contratação em 2 anos de
futebol no currículo: Kléber Pereira.

O isolamento político e posturas pessoais de confronto afastaram
pessoas competentes. Tudo foi feito sozinho, e o resultado foi
desastroso. Se o Inter não houvesse jogadores de tanta qualidade como
Oscar, D’Alessandro, Damião, etc, poderíamos ter tido trágicas
consequências.

Dentro das quatro linhas, o time é montado sempre com um excesso de
preocupação defensiva, seja com 3 volantes (quase uma norma no
Beira-Rio, como o “tiki-taka” do Barcelona ou o “futebol direto” do
Stoke City), seja com apenas um atacante (desde 2010 assim). Contra
todos os ideais da torcida colorada. Não há equilíbrio, jogadores com
perfis complementares no elenco. Pouca ou nenhuma avaliação técnica na
contratação de jogadores, comparando os mesmos com valores das
categorias de base.

No aspecto interpessoal, os problemas são claros: os jogadores mandam.
O “dono do vestiário” é o maior exemplo. Em fase deplorável, Bolívar
renovou por 30 meses em maio de 2011, com proposta do Santos.
Inexplicável. Depois, a torcida ‘deu um jeito’ de tirá-lo do time, mas
ele voltou sem nenhum motivo, explicação racional, coerência. Outros
atletas em fase técnica deplorável não são barrados, como Nei.

Jogadores que servem apenas para grupo (Élton) ou nem isto (Josimar)
possuem um inexplicável apreço da diretoria. Para piorar, as viciadas
relações interpessoais trazem jogadores como Édson Ratinho, que em 3
jogos virou reserva do volante improvisado, e dispensam laterais como
Diogo e Cláudio Winck (este das Seleções Brasileira de base). Qual é a
motivação que os jovens possuem, se eles serão reservas no
contra-cheque? Está tudo errado neste quesito.

A derrota em Abu Dhabi foi construída no 2º semestre de 2010:
jogadores em má-fase, esquema tático equivocado (4-2-3-1), reservas
desprestigiados jogando mais que titulares intocáveis. Depois do
fracasso, era de se esperar uma limpa, até em respeito aos dez mil
colorados que invadiram os Emirados Árabes.

O que ocorreu? Rigorosamente nada e, em uma comédia bufa, o técnico
Celso Roth renovou contrato. Prêmio por ter deixado Renan, Wílson
Matias, Tinga (como meia), Rafael Sóbis e Alecsandro como titulares,
punindo Pato Abbondanzieri, Giuliano, Oscar e Leandro Damião. Ontem,
ao perder para o Coritiba, os quatro defensores eram exatamente os
mesmos do Mazembe e todos em péssima fase. É surreal.

Os salários extrapolaram quaisquer limites razoáveis: o Inter hoje
gasta mais de um milhão de reais por mês com três zagueiros acima de
32 anos. Em 2013, a perspectiva é pior: todos os veteranos seguem com
contratos em vigor (exceção de Kléber), o banco de reservas tem uma
qualidade muito baixa. Do time campeão da Sul-Americana em 2008 e dos
vice-campeonatos nacionais de 2009, hoje o Inter tem um elenco em
escombros.

Até 2010, o clube investia o dinheiro da venda em jogadores com
potencial de revenda no futuro. Isto não ocorre mais. Desde então, a
política de vender jovens para contratar veteranos por passe livre tem
custado um decréscimo de talento no elenco. Hoje o Internacional gasta
mais de 7 milhões de reais em salários, com resultados medíocres. Ano
passado, quase perdeu a vaga da Libertadores para Figueirense e
Coritiba, times muito abaixo do seu patamar. Este ano, está há quatro
pontos do Náutico. Náutico. Não há um planejamento focado no sucesso
em determinada competição, e sim uma morosidade lancinante.

A preparação física é uma espécie de ‘case de insucesso’: Ao ser
contratado em julho de 2008, o preparador-físico Fábio Mahseredjian
prometeu o time voando em setembro, algo rigorosamente cumprido. As
lesões musculares eram raras e o time corria em campo até o final.
Porém em 2010 o preparador-físico da Seleção Brasileira foi rebaixado
a auxiliar do profissional indicado pelo técnico Jorge Fossatti. Um
ano depois, ocorreu o mesmo com Dorival Júnior. Em setembro de 2011,
na primeira proposta concreta, Fábio foi para o Corinthians, aonde fez
o time voar em campo, marcando pressão e ajudando o time a conquistar
a Libertadores 2012. Cansou de ser rebaixado em prol de profissionais
nitidamente inferiores ao seu trabalho.

O Inter sistematicamente remonta o time no meio do ano, mantendo o
time de dezembro para janeiro. Invariavelmente, o Campeonato
Brasileiro é desperdiçado assim. Treinadores com trabalho
insuficiente, como Dorival Júnior ou simplesmente intragáveis como
Celso Roth, não são demitidos nem em caso de fracasso claros e
notórios. Sempre é necessário uma insurreição popular para que uma
decisão seja tomada.

Os dirigentes esquecem que o time teve sucesso com a manutenção da
base quando os atletas eram jovens, com fome de vitórias. Hoje estão
velhos, consagrados, sem apetite por novas conquistas.

No único ano que o Brasileirão foi valorizado, um erro ao
não-contratar um substituto para Nilmar (ou achar que Alecsandro seria
este nome) custou o título nacional.

Mas isto é um erro de avaliação, não de planejamento. Acontece.

Os Colorados terão que ver o Grêmio conquistar um título relevante
para perceberem que algo está muito errado e o clube precisa de mais
capacidade de indignação? De motivação? De mudança?

Falta muita coragem no Beira-Rio para tomar decisões drásticas. O
clube precisa mudar, recuperar fórmulas de sucesso, mas parar de
insistir em modelos desgastados.

O Inter tem cometido erros capitais. Mais de uma vez.

Quase todos relacionados à soberba.

Pensem nisto."

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

VAMOS SALVAR O PARQUE GIGANTE

Criamos um grupo no facebook, chamado "Vamos salvar o Parque Gigante". Publiquei este texto lá e reproduzo aqui. Quem tiver interesse pode ingressar no grupo. Quanto mais gente melhor. Entrem lá.


"2006 foi o ano que marcou a inscrição do Inter de forma definitiva e incontestável no seleto grupo dos maiores clubes do mundo. Não que a nossa grandeza já não fosse reconhecida antes, mas nos faltava um título internacional de porte. Não obstante já tivéssemos conquistados torneios de certa visibilidade, como o Joan Gamper, derrotando o Barcelona, numa prévia do que seria a épica vitória de 2006, o Tereza Herrera e o Viña del Mar, o nosso currículo ainda carecia de uma conquista oficial da FIFA, que veio com a primeira Libertadores e o Mundial.  

A partir daí, os pensamentos grandiosos passaram a ter respaldo efetivo pelos resultados do campo, embora, como já disse, o passado já fosse glorioso, afinal um título nacional invicto, por exemplo, não é para qualquer um, ou melhor, é só para um. Nesse novo panorama, natural que se passasse a pretender uma remodelação do nosso estádio de tantas glórias. Ademais, já se vislumbrava a possibilidade de mais uma copa do mundo na nossa casa. A conturbada trajetória que culminou na contratação da AG para a reforma do Beira-Rio não precisa ser lembrada nesse momento. O fato é que o projeto é grandioso. O modelo são os grandes clubes da Europa e Estados Unidos, cujas praças esportivas são verdadeiros centros de convivência para os torcedores. Imagina-se, então, o Beira-Rio como um complexo no qual o campo de jogo seja apenas mais um atrativo. O projeto original diz que haverá lojas, bares, restaurantes, áreas de lazer, enfim, toda uma gama de atrações para fazer com que o torcedor Colorado possa vivenciar de fato o Beira-Rio. Em dia de jogo, por exemplo, o torcedor vai de manhã para o estádio, passeia, faz compras, almoça e depois vai ao campo. Depois disso, pode ainda comemorar com um chope no bar. Fala-se ainda em salas de convenções e outros espaços para a realização de reuniões e negócios. Uma grande estrutura, sem dúvida.

Aqui faço um corte e retorno algumas décadas no tempo. Quando o Beira-Rio foi construído,  os idealizadores projetaram também a ampliação da atuação do clube para a esfera social e aí nasceu o embrião da ideia do Parque Gigante. No final dos anos 70, essa ideia começou a ganhar forma e no início dos anos 80 começaram as vendas dos títulos PATRIMONIAIS. O que o meu pai comprou, em 1982, tinha o número 6.762. O folder que apresentava o Parque Gigante mostrava um clube social realmente diferenciado, único entre os clubes de futebol do Brasil. Piscinas abertas e térmica, complexo de quadras poliesportivas, bar, restaurante e, entre outros atrativos, uma marina. Além disso tudo, o título garantia ao associado E SEUS DEPENDENTES, livre acesso ao Beira-Rio em dias de jogos do Inter.

Durante anos, porém, tudo o que se via no PG era um conjunto de piscinas a céu aberto, cercadas de areia e mato. Aos poucos a estrutura foi melhorando. Construíram-se quadras de futebol, tênis, churrasqueiras, já nos anos 90, a piscina térmica e por aí afora. A partir dos anos 2000, entretanto, começou um inexplicável processo de sucateamento do Parque, cujos frequentadores conhecem bem e sobre o qual não falaremos nos demais contatos feitos no grupo.

Voltando ao projeto do complexo Beira-Rio, vou ser direto: por que não incrementar o Parque Gigante e incluí-lo nesse contexto de modernização do estádio? Seguidamente vou com a minha família fazer churrasco lá, mesmo no inverno, e no verão, às vezes, passamos os sábados e os domingos inteiros no clube. Por que isso não é incentivado? Dentre os mais tradicionais clubes sociais de Porto Alegre, União, Sogipa, Leopoldina, com suas sedes suntuosas e grandes áreas campestres, qual deles tem à sua disposição uma área verde maravilhosa, na beira do rio, a 2 ou 3 minutos do centro da cidade? Por que, então, o Inter, que é um privilegiado nesse aspecto, relega todo esse patrimônio?

Um amigo conselheiro me disse que o Inter perdeu uma grande oportunidade de elaborar projetos para a área do PG quando das discussões sobre a reforma do Beira-Rio. Ele diz isso porque afirma ser muito difícil negociar com a prefeitura e os demais poderes públicos a realização de obras nas margens do rio. Ora, mas que grandes obras são necessárias no PG para o momento? Nenhuma! Basta que ele seja administrado de forma inteligente e tenha um bom investimento, que pode vir dos seus próprios sócios, sem comprometer em nada a arrecadação para o futebol e outras áreas de interesse do clube. Ao contrário do que quer fazer crer a atual e as anteriores direções, o PG não é deficitário. Pode estar representando um  prejuízo momentâneo, frente ao descaso e a falta de investimentos, mas uma rápida análise das suas fontes de arrecadação deixa claro que bem administrado ele próprio se sustenta e ainda pode representar uma fonte de recursos para o futebol. A mensalidade do Parque é 80 reais, maior, portanto, que as outras modalidades sociais. Cobra-se taxa para confecção de carteiras, a academia não disponibiliza horários gratuitos para os sócios, ao contrário do que ocorre em todos os outros clubes, as aulas de natação e hidroginástica são cobradas, o estacionamento é cobrado em dias de jogos, instituiu-se uma absurda taxa para utilização da piscina térmica, o aluguel que paga a Montana não deve ser baixo, enfim, o clube arrecada por todos os lados, então essa conversa que o Parque é deficitário é uma falácia.

Diante disso, de uma ideia sugerida pelo Vanderlei Salgueiro, foi criado este grupo, que, como o nome deixa transparecer, visa a salvar o Parque Gigante, patrimônio histórico do Clube do Povo. Por isso peço a todos os membros que se empenhem, dentro dos limites de suas possibilidades de tempo, obviamente, na luta pela preservação e crescimento do nosso Parque Gigante.       

VAMOS SALVAR O PARQUE GIGANTE!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PERIGOS...

Não sou pretensioso, achando que o Inter jogou melhor que o SPFC ou coisa assim.

Poderia até eventualmente ganhar, mas não merecia

Complicado tu ver um time que, com um escanteio aos 48 do segundo, jogando com um a menos, "faz o Iarley" pra segurar o empate, ao invés de colocar até a mãe do badanha na área, pra tentar aquela chiripa que separa os que querem dos que não querem.

Soma-se a isso a total ausência de reclamações e o total clima de comiseração diante da expulsão INJUSTA do D'Alessandro, a catimba cretina do aquecimento e os pênaltis não assinalados por um juiz que já prejudicou o Inter há pouco tempo e temos o tom perfeito de um time que nem VAGUEIRO pode ser chamado. É uma INSTITUIÇÃO ANÊMICA.

Espero que o Inter e seus cartolas façam um planejamento que envolva o fechamento do Beira-rio e a conjugação dos jogos da COPA BRIDGESTONE SUL-AMERICANA no ano que vem, para que não haja posteriores desentendimentos entre sócios e clube. Também espero que nesses planos estejam inclusos ingressos MAIS BARATOS do que os praticados na Copa Libertadores, uma competição de muito maior calibre.

E falando em ingressos mais baratos...

Não sou contra promoções relâmpago, muito pelo contrário

Sempre ia nos famosos "jogos do café" levando uma companhia, embora tivesse carteira antiga.

Entretanto o que aconteceu lá na Glória/ Medianeira/ Cascatinha foi um abuso à logística e à inteligência do torcedor.

Mesmo que fosse contra o GFPA, não curto saber que para agradar todo mundo, um cartola numa MANOBRA POLITIQUENTA, abre os portões irresponsavelmente depois dos ingressos esgotados, colocando acompanhantes em lugares reservados aos sócios e locatários, resultando em ESTOUROS DE CATRACA e SHOW DA BM

A "sorte" foi que a merda não vazou pra dentro do estádio. Ficou do lado de fora, junto de milhares de torcedores (muitos desses, sócios) com ingresso e cu na mão, sendo "emborrachados" por essa idônea, centenária e cristalina instituição chamada BRIGADA MILITAR.

Mas jamais nos esqueçamos amigos que perigoso, realmente, é o Beira-rio em obras

Os especialistas mandam não contrariar né...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

QUEM DISSE QUE PROTESTAR NÃO DÁ RESULTADO - INTER 4 X 1 Flamengo (de virada e com bom futebol)

A manifestação dos torcedores Colorados realizada no Beira-Rio na última sexta-feira foi muito repercutida e está sendo objeto de muita polêmica. De fato houve excessos, mas o que pretendem certos setores conhecidos da mídia é desqualificar o protesto, tirando a sua legitimidade e reduzindo tudo a um ataque de um bando de vândalos, o que definitivamente não foi. O pior de tudo é que há muitos Colorados que estão embarcando nessa onda da imprensa, como pude comprovar do que eu consegui ouvir no programa Toque de Letra de domingo à noite na Guaíba.

O cara que foi encapuzado só tinha um objetivo: aparecer. Quem estava lá pra realmente expressar a sua inconformidade não tinha nenhuma restrição em aparecer de cara limpa. As agressões aos profissionais e equipamentos de imprensa, se realmente ocorreram, também são lamentáveis, como são todos os atos de violência desproporcional. E friso a palavra desproporcional porque quero abordar outro aspecto dentro do mesmo tema: a ação da Brigada Militar.



A crônica bate duramente na questão do cara da toca ninja, e deve mesmo fazê-lo, porque, repito, usar esse artifício é coisa de quem quer somente reivindicar os seus 15 minutos de fama. Entretanto, nenhuma palavra é dita sobre a prática comum e recorrente dos brigadianos, que colocam uma tarja preta sobre a identificação no uniforme. Por que eles fazem isso? Obviamente já partem para a ação sabendo que vão cometer excessos e adotam essa tática como uma prevenção para que não possam ser identificados. Falo isso porque já passei por situações difíceis com a Brigada e nunca consegui identificar nenhum soldado. Fiz várias reclamações junto à Brigada e nas pouquíssimas vezes que obtive retorno sempre disseram que haveria a apuração dos fatos e nunca nada foi feito. E já ouvi o antigo comandante, o incensado Coronel Mendes, disser que as denúncias deveriam ser feitas com riqueza de dados, como a identificação dos soldados envolvidos. Mas como fazer isso se eles escondem o nome?


Houve uma vez, no Beira-Rio, que eu procurei o comandante do policiamento e perguntei porque os nomes estavam tapados. Era um Gre-Nal e eu estava com a minha filha, Vitória, no colo. Sabe o que o capitão em questão (suponho que era um capitão) me disse? Pra eu largar a minha filha no canto e voltar pra conversar com ele. E disse isso tocando o cavalo o cavalo por cima e com a borracha na mão. Esse foi um dos episódios em que procurei a Brigada para explicações. Não vou nem perguntar se vocês acham que obtive alguma...

Esse é outro lado da questão que nunca é abordado pela imprensa. Será que eles têm medo de retaliações? Olha, em se tratando dessa nossa imprensa, não duvido de nada.


Sobre os efeitos da manifestação, por enquanto parece que foram benéficos. Não me lembro de ter se noticiado que alguém jogou água no Bolívar, mas o fato é que ele ficou gripado e não jogou. E não estou criticando a direção por ter inventado essa gripe, porque simplesmente tirar o cara ia ser uma queimação desnecessária. O importante é que ele não jogou e a zaga funcionou. Mas ele não é o único culpado e não foi só a sua ausência que melhorou o time. Não pude ir no jogo, mas assisti quase todo e vi um time interessado, vibrante e, sobretudo, com o D’Alessandro dando o toque de qualidade necessário.

Enfim, o Inter fez 4 a 1 num Flamengo muito fraco, é verdade, mas o Coritiba também é fraco e o Inter perdeu.

Pergunto, então: quem disse que protesto não funciona?

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

PELA HONRA DE MINHA MÃE...

Hoje, 30 de agosto, minha mãe está de aniversário. Todos elogios aos esforços que ela fez para criar três filhos (sozinha na maior parte do tempo) seria lugar comum. Estou, no entando, citando-a aqui num blog de colorados procurando uma mudança para melhor do seu amado clube, pois por muito tempo, ela teve como sustento o próprio Sport Club Internacional, onde ela vendia títulos do Parque Gigante e por muito tempo trabalhou na secretaria. Minha gestação, por acaso, foi toda dentro do Beira-rio, e por detalhe que praticamente não nasci lá dentro, pois a bolsa estourou durante a sua jornada de trabalho.

Minha mãe foi muito guerreira e acompanhou de perto um clube que definitivamente não passava pelos seus melhores momentos, mas sempre teve pessoas apaixonadas como ela e mais alguns milhões para prover seu suporte.

Hoje em dia, o clube ironicamente não retribui todo o esforço feito por essas pessoas

Neste exato momento, enquanto elocubro a possibilidade de ir num protesto pacífico organizado por torcedores que querem O MELHOR PARA O CLUBE na tarde de amanhã, quase que instantaneamente a direção do Inter toma a pior atitude possível

Fecha o treino

Com medo de protestos...

Me parece que todos os esforços do Sport Club Internacional e de seus diretores, nos dias de hoje, é de dar no saco do seu torcedor, contribuinte ou não.

Reduz a margem de meses inadimplentes para que sócios da  modalidade antiga (vistos no Beira-rio atualmente como uma ameaça) percam seus direitos, ao invés de fornecerem benefícios extras para que estes mesmos sócios gastassem mais, completando o aparente déficit que produzem.

Castra os direitos dos sócios patrimoniais, sucateando o Parque Gigante e fazendo os contribuintes abandoná-lo de forma desesperançosa (para que algum empreendimento mais lucrativo tome o seu lugar mais tarde, creio eu)

Aumenta o volume das caixas de som no final da partida para maquiar as vaias dos torcedores indignados com as atuações ridículas do time

Muda o treino de lugar com medo que seus jogadores ouçam umas verdades, mesmo depois de um dos seus titulares ter SIDO EXTREMAMENTE DESRESPEITOSO com um torcedor (e por conseguinte, com a torcida inteira).

É mais fácil se desdobrar pra irritar o torcedor do que resolver os problemas.

Mas o tiro vai sair pela culatra. Espero que essa atitude arrogante da direção de ter enclausurado seus "bebês" dentro do estádio, tentando evitar maiores constrangimentos para os coitadinhos, sirva de motivação para que colorados EFETIVAMENTE FAÇAM PRESENÇA AMANHÃ de tarde no portão de saída dos vestiários.

Se eles mudam o treino de lugar, mudaremos o famoso Portão 8 de lugar também.

Pela minha mãe, e por todos os colorados com ainda um pingo de sangue nas veias.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

RACISMO VIA REDE SOCIAL

O Álvaro publicou no facebook uma notícia sobre um vídeo feito por torcedores gremistas mostrando que a arquibancada do Beira-Rio tremia com a movimentação da torcida. É um tema importante para a reflexão sobre as reais condições do Beira-Rio para sediar os jogos do Inter. A notícia deveria ensejar um debate sério e de alto nível, no qual fosse privilegiada a preocupação com a segurança das pessoas, sejam coloradas ou gremistas. Entretanto, observem abaixo o tratamento que deram ao tema alguns "torcedores" gremistas, que por certo devem integrar o grupo dos "meninos da geral" tão defendido pelo deputado estadual Paulo Odone. Peço especial atenção para as manifestações do Everton André Holz, da Camila Souza e do Cristiano Alves. No final eu transcrevo mais uma vez a legislação penal pertinente, que é muito clara. E deixo a pergunta no ar: o que farão as autoridades e os órgãos competentes?




ZH Esportes
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Constituição Federal

Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei (...)

XLII - a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

Lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989

Art. 1° - Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação  ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência.

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
       
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
        
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. 

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: 

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: 
    
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;

II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computadores. 

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido.