Criamos um grupo no facebook, chamado "Vamos salvar o Parque Gigante". Publiquei este texto lá e reproduzo aqui. Quem tiver interesse pode ingressar no grupo. Quanto mais gente melhor. Entrem lá.
"2006 foi o ano que marcou a
inscrição do Inter de forma definitiva e incontestável no seleto grupo dos
maiores clubes do mundo. Não que a nossa grandeza já não fosse reconhecida
antes, mas nos faltava um título internacional de porte. Não obstante já tivéssemos
conquistados torneios de certa visibilidade, como o Joan Gamper, derrotando o
Barcelona, numa prévia do que seria a épica vitória de 2006, o Tereza Herrera e
o Viña del Mar, o nosso currículo ainda carecia de uma conquista oficial da
FIFA, que veio com a primeira Libertadores e o Mundial.
A partir daí, os pensamentos
grandiosos passaram a ter respaldo efetivo pelos resultados do campo, embora,
como já disse, o passado já fosse glorioso, afinal um título nacional invicto,
por exemplo, não é para qualquer um, ou melhor, é só para um. Nesse novo
panorama, natural que se passasse a pretender uma remodelação do nosso estádio
de tantas glórias. Ademais, já se vislumbrava a possibilidade de mais uma copa do
mundo na nossa casa. A conturbada trajetória que culminou na contratação da AG
para a reforma do Beira-Rio não precisa ser lembrada nesse momento. O fato é
que o projeto é grandioso. O modelo são os grandes clubes da Europa e Estados
Unidos, cujas praças esportivas são verdadeiros centros de convivência para os
torcedores. Imagina-se, então, o Beira-Rio como um complexo no qual o campo de
jogo seja apenas mais um atrativo. O projeto original diz que haverá lojas,
bares, restaurantes, áreas de lazer, enfim, toda uma gama de atrações para
fazer com que o torcedor Colorado possa vivenciar de fato o Beira-Rio. Em dia
de jogo, por exemplo, o torcedor vai de manhã para o estádio, passeia, faz
compras, almoça e depois vai ao campo. Depois disso, pode ainda comemorar com
um chope no bar. Fala-se ainda em salas de convenções e outros espaços para a
realização de reuniões e negócios. Uma grande estrutura, sem dúvida.
Aqui faço um corte e retorno
algumas décadas no tempo. Quando o Beira-Rio foi construído, os idealizadores projetaram também a
ampliação da atuação do clube para a esfera social e aí nasceu o embrião da
ideia do Parque Gigante. No final dos anos 70, essa ideia começou a ganhar forma
e no início dos anos 80 começaram as vendas dos títulos PATRIMONIAIS. O que o
meu pai comprou, em 1982, tinha o número 6.762. O folder que apresentava o
Parque Gigante mostrava um clube social realmente diferenciado, único entre os
clubes de futebol do Brasil. Piscinas abertas e térmica, complexo de quadras
poliesportivas, bar, restaurante e, entre outros atrativos, uma marina. Além
disso tudo, o título garantia ao associado E SEUS DEPENDENTES, livre acesso ao
Beira-Rio em dias de jogos do Inter.
Durante anos, porém, tudo o que
se via no PG era um conjunto de piscinas a céu aberto, cercadas de areia e
mato. Aos poucos a estrutura foi melhorando. Construíram-se quadras de futebol,
tênis, churrasqueiras, já nos anos 90, a piscina térmica e por aí afora. A
partir dos anos 2000, entretanto, começou um inexplicável processo de
sucateamento do Parque, cujos frequentadores conhecem bem e sobre o qual não falaremos
nos demais contatos feitos no grupo.
Voltando ao projeto do complexo
Beira-Rio, vou ser direto: por que não incrementar o Parque Gigante e incluí-lo
nesse contexto de modernização do estádio? Seguidamente vou com a minha família
fazer churrasco lá, mesmo no inverno, e no verão, às vezes, passamos os sábados
e os domingos inteiros no clube. Por que isso não é incentivado? Dentre os mais
tradicionais clubes sociais de Porto Alegre, União, Sogipa, Leopoldina, com
suas sedes suntuosas e grandes áreas campestres, qual deles tem à sua
disposição uma área verde maravilhosa, na beira do rio, a 2 ou 3 minutos do
centro da cidade? Por que, então, o Inter, que é um privilegiado nesse aspecto,
relega todo esse patrimônio?
Um amigo conselheiro me disse que
o Inter perdeu uma grande oportunidade de elaborar projetos para a área do PG
quando das discussões sobre a reforma do Beira-Rio. Ele diz isso porque afirma
ser muito difícil negociar com a prefeitura e os demais poderes públicos a
realização de obras nas margens do rio. Ora, mas que grandes obras são
necessárias no PG para o momento? Nenhuma! Basta que ele seja administrado de
forma inteligente e tenha um bom investimento, que pode vir dos seus próprios
sócios, sem comprometer em nada a arrecadação para o futebol e outras áreas de
interesse do clube. Ao contrário do que quer fazer crer a atual e as anteriores
direções, o PG não é deficitário. Pode estar representando um prejuízo momentâneo, frente ao descaso e a
falta de investimentos, mas uma rápida análise das suas fontes de arrecadação
deixa claro que bem administrado ele próprio se sustenta e ainda pode
representar uma fonte de recursos para o futebol. A mensalidade do Parque é 80
reais, maior, portanto, que as outras modalidades sociais. Cobra-se taxa para
confecção de carteiras, a academia não disponibiliza horários gratuitos para os
sócios, ao contrário do que ocorre em todos os outros clubes, as aulas de
natação e hidroginástica são cobradas, o estacionamento é cobrado em dias de
jogos, instituiu-se uma absurda taxa para utilização da piscina térmica, o
aluguel que paga a Montana não deve ser baixo, enfim, o clube arrecada por
todos os lados, então essa conversa que o Parque é deficitário é uma falácia.
Diante disso, de uma ideia
sugerida pelo Vanderlei Salgueiro, foi criado este grupo, que, como o nome
deixa transparecer, visa a salvar o Parque Gigante, patrimônio histórico do
Clube do Povo. Por isso peço a todos os membros que se empenhem, dentro dos
limites de suas possibilidades de tempo, obviamente, na luta pela preservação e
crescimento do nosso Parque Gigante.
VAMOS SALVAR O PARQUE GIGANTE!