NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



domingo, 20 de março de 2022

Alessandro, acorda enquanto é tempo!

Anacrônicos, conservadores e até secadores, são algumas das acusações que recebemos quando nos insurgimos contra o Inter entrar em campo para uma partida oficial usando uma camisa preta. Antes disso, quando criticamos a desastrada ideia da torcida mista, fomos acusados de incentivar uma rivalidade retrógrada e fomentar a violência. Quando dizemos que é um exagero, até porque não tem nenhum efeito prático, colorir o Beira-Rio de cores diversas em alusão a datas especiais (dia de combate ao câncer etc.), dizem que somos clubistas alienados das causas sociais. 

Pois bem, a noita de segunda-feira viu o Beira-Rio pintado de azul. Botar as cores do arco-íris para chamar a atenção para o combate à homofobia, ainda que não tenha nenhum efeito concreto, é aceitável, em nome da causa, mas azul? E, pior, azul na abertura da semana de um Gre-Nal? Sejamos anacrônicos, mas não sejamos anti-colorados!

Não se trata apenas de uma questão estética ou de uma incomodação visual ver o Beira-Rio destacado com a cor do Grêmio. É mais do que isso. É a identificação com a história do clube e com o símbolos que nos identificam mundo afora. Até hoje, pelo menos, qualquer pessoa minimamente interessada em futebol sabe que o clube vermelho de Porto Alegre é o Inter e que o clube azul é o Grêmio. A nossa identidade vermelha é tão forte que somos o único vermelho, enquanto que o Grêmio divide o azul com o São José. Menosprezar essa simbologia, isso sim, é não ser colorado ou colorada. Não entender o quanto a cor vermelha é importante para nós, aí está um grande problema. 

Quando uma criança nasce em uma família colorada, ela aprende desde sempre a identificar os símbolos do Inter. Ela sabe que o vermelho é a nossa cor e que o Beira-Rio é o nosso estádio. Que surpresa ela não terá ao ver a nossa casa colorida de azul? Que tipo de efeito isso terá na construção da identificação dela com o Inter? Quem desconsidera isso, acha bobagem, que vá estudar um pouco as ciências que tratam dos símbolos (linguística, semiologia, psicologia analítica e até psicanálise). Ou pergunte a uma colorada ou colorado que viu o maior time brasileiro de todos os tempos triturar adversários sempre jogando de vermelho nos 1970. Se tiver oportunidade, converse com alguma pessoa já na casa dos 70 ou 80 anos, que viu Larry Pinto de Faria inaugurar o Olímpico com 4 golos. E se encontrar alguém que viu o Rolo Compressor, ainda há pessoas desse tempo, pergunte com que cor o Inter entrva em campo e pergunte, sobretudo, que cores enfeitavam a velha praça dos Eucaliptos. 

Isso não é conservadorismo, isso é história! E a história do Inter é vermelha, como é vermelha a toca do Saci, nosso mascote, que esses que estão aí hoje de novo (Jorge Avancini e outros quetais) tentaram apagar há alguns anos (procure mais sobre isso aqui mesmo neste blog). 

Gente, quando o Beira-Rio anoitece azul na segunda-feira da semana do Gre-Nal, como é que a torcida vai exigir que os jogadores deem um pressão no árbitro que está nos metendo a mão dentro do nosso estádio? Quando começa a se naturalizar o uso de camisas de qualquer cor com o símbolo do Inter, como é que a torcida vai cobrar que os jogadores joguem o Gre-Nal com sangue? Que referência esses caras que chegam hoje no Inter vão ter para enfrentar o Grêmio se eles nem conseguem ter uma relação com o vermelho do Inter?

O mais triste disso é que o Inter como clube do povo vive na periferia, nas pessoas que tiveram alijado o direito de ir no Beira-Rio pelo preço dos ingressos e pela configuração teatral que ele ganhou depois da reforma. Essas pessoas, que vão nos bares pra ver o Ge-Nal, as crianças que jogam na rua chutando um chinelo ou uma lata de cerveja e simulam um Gre-Nal com a turma do Grêmio, quando chegarem no tempo de ir para uma peneira e se alguma tiver talento (ou quem-indique) suficiente para chegar nas categorias de base, vai ver que a camisa vermelha com que ela sonhou tantas vezes e que não pode ganhar, já não tem tanta importância e que tanto faz se ela usar uma camisa vermelha, branca, preta ou rosa, o que interessa é ser um "case de sucesso". E o sonho de ter o seu nome gritado por uma massa vermelha no Beira-Rio lotado, como ela ouviu falar que aconteceu com Fernandão, Valdomiro e tantos outros, dissolve-se, desbota-se, perde a cor. Pode haver tristeza maior do que frustrar o sonho de uma criança?

Alessandro Barcelos, sabemos que tu é colorado e que ao contrário da maioria dos dirigentes que tivemos até hoje, tu não não nasceu em berço de ouro e não tem "pedigree" que te garanta a permanência na política do Inter Mas essa turma que te acompanha... Tu não pode aceitar um vice-presidente de futebol que vai ao treino do time com camisa azul e dá uma entrevista coletiva sem nenhum sangue depois de tomar 3 do Grêmio dentro do Beira-Rio. Não, Alessandro, isso é demais! Bota esse cara pra correr!! Tu não pode aceitar dividir o comando do Inter com caras que querem acabar com o Clube do Povo, que não querem o Saci, não Alessandro! Sei que é difícil, que são muitos os elementos que compõem os contextos políticos e que gerir um clube do tamanho do Internacional é uma coisa extremamente complexa e que muitas vezes é preciso botar a razão na frente da paxão. Mas, por favor, veja para onde a tua gestão de almofadinhas engravatados está levando o nosso Inter. Esses caras estão se lixando para a nossa gloriosa história. Está nas tuas mãos entrar pra história como o presidente que acabou com o Clube do Povo ou retomar os caminhos da trajetória que nos levou a ser o Gignate que somos. Pensa bem, Alessandro, a história vai te cobrar.