NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

O Inter das liminares: um clube entre o aparelhamento e a inadimplência (e nem se fale em censura...)

 

Dias atrás, em entrevista concedida ao jornalista Nando Gross*, o conselheiro e ex-dirigente do Internacional Roberto Siegmann fez uma série de acusações à chapa nº 5, que concorria ao Conselho de Gestão e ao Conselho Deliberativo, referindo-se especificamente ao candidato à presidência, que viria a ser eleito, Alessandro Barcellos, com adjetivos de carga negativa muito pesada, os quais nem vou reproduzir aqui para poupar os leitores e as leitoras. O conselheiro Siegmann, entretanto, não restringiu a sua verborragia à chapa 5, atacou também o Movimento O Povo do Clube, que, segundo ele, pratica má política no Internacional e tenta “aparelhar” o clube politicamente.

O DOUTOR Siegmann (pessoas como ele apreciam o tratamento reverencial) é notadamente um falastrão. Lembro que há alguns anos ele disse aos quatro ventos que teria comprovações de fraudes ocorridas na gestão do Internacional, falou em notas fiscais problemáticas etc., sem nunca ter apresentado tais provas. Se eram as que instruíram a ação penal em que alguns integrantes da gestão Píffero são réus não se sabe, o fato é que o ex-magistrado não fez prova das suas acusações. Agora, novamente o eminente político colorado diz coisas que não pode comprovar. E, mais do que isso, omite fatos importantes. Segue ao final uma lista feita de forma superficial e rápida a partir de consulta ao site do Internacional, em que constam os conselheiros e futuros conselheiros que têm alguma ligação com a política institucional. Nenhum desses nomes, repito, nenhum desses nomes têm qualquer vinculação com o Povo do Clube. Correligionários do Dr. Siegmann, pelo contrário, há diversos, inclusive o filho do Ministro Onyx Lorenzoni. Assim como não tinham qualquer relação com o Povo do Clube nomes que já integraram o Conselho Deliberativo, desde a época do patrono Ildo Meneghetti, passando pelo próprio Ministro Lorenzoni. 

Sobre lisura e probidade, conceitos tão caros ao Dr. Siegmann, há de ser lembrado que um dos apoiadores da chapa para o qual o nobre político do Internacional fez campanha já teve problemas com a Justiça quando exercia um cargo de secretário no governo municipal, tendo sido inclusive preso por isso. Estranhamente o ex-juiz trabalhista não se refere a ele nos seus vitupérios.

Diante disso, fica a pergunta: quem realmente pratica política deletéria no âmbito do Sport Club Internacional? Com a palavra o Doutor Siegmann, que, a propósito, teve garantido o seu direito político na última eleição por uma medida liminar, eis que estava inadimplente com o clube.


Conselheiros eleitos

Chapa 1

2- Sebastião Melo

5- Rubens Ardenghi

Chapa 5

17 – Carlos Eduardo Vieira da Cunha

35 – Rodrigues Marques Lorenzoni

Conselheiros com mandato vigente

Adão Villaverde

Afonso Motta

Alessandro Barcellos (presidente eleito)

Carlos Eduardo Vieira da Cunha (reeleito)

Celso Bernardi

Cláudio Sebenelo

Gustavo Paim

Luiz Fernando Zachia

Márcio Bins Ely

Rubens Ardenghi (reeleito)

Tiago Turra

Wambert Di Lorenzo



*https://www.youtube.com/watch?v=5xLPD2d5Zbc&feature=youtu.be&ab_channel=NandoGross

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Não sendo azul e não tendo a alma pequena, tudo vale a pena (do campo pra fora...)

 Capítulo 2 - Dos Símbolos 

Art. 3. As cores do Clube são o vermelho e o branco e seus símbolos são...

O Estatuto do Sport Club Internacional, que traz essa determinação, está disponível no site oficial do clube. Não vou fazer link porque um bom exercício para qualquer torcedor/a é visitar o site do clube, e como as coisas lá não são muito fáceis de achar, ao procurar o estatuto, pode ser que o/a pesquisador/a se depare com outras coisas interessantes.

Quem torce para o Vasco da Gama é vascaíno/a; quem torce para o Flamengo é flamenguista; para o Corinthians é corintiano/a; para o Cruzeiro é cruzeirense. quase sempre á assim. Nessa linha lógica, o nosso "gentílico" deveria ser Internacionalista. Mas não, é Colorado e Colorada. E por quê?

Como a conversa que proponho agora é destinada a colorados e coloradas, não vou entrar em pormenores históricos, porque nós, do Clube do Povo, vermelho desde sempre, temos a singular característica de ter interesse pela nossa história. Apenas os resgates necessários para dar coerência ao texto.

A escolha da cor se deu, segundo as fontes oficiais, em face de uma disputa entre Esmeraldinos, que queriam o verde, e Venezianos, que preferiam o vermelho. Esmeraldinos e Venezianos eram os dois grandes blocos de carnaval de Porto Alegre naquele início de século. E assim o Sport Club Internacional seria vermelho e isso por certo contribuiu muito para que se consolidasse universalmente o antagonismo entre vermelho e azul. 

O vermelho é uma cor associada ao movimento constante, à inquietude, à força que muda as coisas, e, também por essa razão, é a cor escolhida para simbolizar a Revolução. Vermelho é revolucionário. O Internacional é revolucionário. Não poderia, como se vê, ter sido escolhida melhor cor. 

Não haveria como identificar o clube de forma monocromática, por óbvio, e a ideia de ter uma cor principal, o vermelho, fez com que se escolhesse outra cor, que se poderia chamar auxiliar. Ao contrário de outros clubes, que são tricolores, quadricolores, até pentacolores (Veranópolis), o Internacional deveria ser bicolor e a melhor opção para destacar o vermelho seria o branco. Talvez, nessa discussão cromática, alguém venha dizer que branco é a mistura de todas as cores, que preto é a ausência de cor e todas essas questões que não têm nenhuma importância neste momento. O fato é que o Inter é desde sempre o clube alvi-rubro. 

Até os anos 1970, a questão do uniforme colorado era bem simples: camisa vermelha, calção branco e meia branca. Caso fosse necessário, se variava essa combinação, mas sempre a camisa branca (reserva) era exatamente igual à vermelha, apenas com as cores invertidas. Assim também com o calção e a meia. O distintivo, o escudo, este sim sempre foi vermelho e branco, só vermelho e branco. Ao longo da história ele foi variando quanto à forma, ao tipo das letras, no início com as letras vermelhas e o fundo branco, depois inverteu-se, o estilo do S C I se alterou um pouco, mas qualquer alteração sempre foi em cima do vermelho e do branco.

A partir dos anos 1980, as coisas começaram a se alterar em muitos aspectos no futebol. O mundo dos negócios entrou com força e até os símbolos dos clubes passaram por mudanças e adaptações. Nas camisas, hoje em dia, é até difícil achar o símbolo do clube, que fica perdido em meio a tantas marcas e logotipos. A camisa virou uma espécie de loteamento, vendem-se espaços nela, todos os espaços, desde a parte frontal, mais cara, claro, até a parte de baixo das mangas. Uma colcha de retalhos, quase literalmente. Mas o Inter continua sendo vermelho e branco. Os modelos de camisa também são os mais variados possíveis hoje. Os interesses dos patrocinadores fazem com que sejam lançadas duas ou até três camisas por ano. Sobre o preço que se atribui a elas nem quero falar...

O Inter continua vermelho e branco! O Inter continua vermelho e branco? 

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As causas sociais são importantíssimas. Conscientizar as pessoas é fundamental. Setembro Amarelo e Outubro Rosa são campanhas extremamente meritórias, por exemplo. Os clube de futebol, particularmente os de massa, têm obrigação de dar apoio a essas causas. E o Inter exerce notório protagonismo nesse engajamento. A Diretoria de Inclusão do clube, ocupada ineditamente pela minha amiga Najla, tem um trabalho bem bacana nesse sentido, junto com as iniciativas de torcidas organizadas, de outros coletivos e mesmo individuais (meu amigo Campão, minhas amigas Zita e Malu, e por aí afora). 

Assim, o Internacional lançar uma camisa em apoio ao Outubro Rosa, é muito válido e até necessário. E em nome da causa a que o dinheiro das vendas se reverte, até o fato do símbolo não ser vermelho e branco se releva. Esse tipo de roupa, promocional, se presta a uma certa descaracterização, principalmente, repito, quando a causa é nobre. Adaptando o poeta, não sendo azul e não tendo a alma pequena, tudo vale a pena. Há um limite, porém, que deve ser respeitado: o limite estabelecido pelo quadrilátero que isola o campo de jogo, que de tão sagrado nele só entram os jogadores ou as jogadoras e a arbitragem. Assim, toda a vez que o Inter entrar em campo, por pisar território sagrado para o futebol e, no caso do Beira-Rio, para o nosso povo, o uniforme deve ser vermelho e branco. Preferencialmente nessa ordem, mas em casos excepcionais, branco e vermelho. 

Ontem, porém, diante do Vasco da Gama, no gramado sagrado do Gigante da Beira-Rio, pela primeira vez na sua história, salvo esteja eu desinformado, o time do Internacional entrou em campo em uma partida oficial sem vermelho no uniforme. E, mais do que isso, sem vermelho e com calção e meia preta. A cor preta (e reforço que preto é cor nesse contexto) faz parte do uniforme do Grêmio e não faz parte do uniforme do Inter. Ou seja, além de descaracterizar o nosso uniforme, cujas cores estão previstas no estatuto, como se vê lá no início, o Inter entrou em campo ontem com uma cor associada ao Grêmio. Profundamente lamentável! 

Sei que sou uma voz quase isolada nesse lamento. Quase e não totalmente isolada porque meus amigos Thiago e Rodrigo, ao menos, pensam da mesma forma. E seremos chamados de anacrônicos, de conservadores, de puristas, talvez até outros adjetivos menos elegantes, mas é o preço que se paga por ter opinião diversa. 

E..T.: a camisa rosa é muito bonita e eu vou tentar comprar uma (lembrando que não entro em campo pelo Inter...).

Por Rodrigo Navarro

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Crise? Resolvemos!

 O Inter é o maior aliado do Grêmio nos últimos tempos! Essa afirmação é autoexplicativa para quem acompanha o futebol daqui. Mas acho melhor aprofundar um pouco.

Comecemos pelos fatos mais recentes. Na última sexta-feira, o Grêmio convocou uma entrevista coletiva, a fim de que o presidente do clube e o treinador pudessem falar sobre o que estaria se constituindo como uma crise para os lados da zona norte. Durante quase duas horas, segundo os relatos que ouvi, a institucionalidade tricolor tratou de desconstituir a narrativa de caos. Ouvi algumas partes da entrevista, particularmente nas falas do técnico (sim, gosto de manter minha irritação em níveis altos em véspera de GreNal). Arrogância, prepotência e uma certa desconexão da realidade são coisas que não podem faltar nas falas de alguém que manda construir estátua em homenagem própria. E, como é costume, alfinetadas no Inter. 

No retrospecto recente, o Inter andava um pouco melhor, mas os últimos resultados apontavam um certo equilíbrio por baixo. Eles empatando e perdendo para times fracos e nós entregando vitórias quase garantidas e eventualmente perdendo para os que vão disputar a metade inferior da tabela. Ou seja, crise configurada de um lado e ambiente inseguro do outro. Depois do último jogo pela Libertadores, em que o tricolor deveria ter saído de campo amargando uma derrota histórica (se tomasse 8 ou 9 a 0 a conta estaria bem), as notícias de lesões complicavam ainda mais as coisas do lado de lá. Chegou a se falar em algum momento que eles não teriam zaga para botar em campo no GreNal. Ou seja, se afigurava o GreNal perfeito para uma vitória Colorada, com o consequente agravamento da crise azul. 

Entretanto, como parece ser a sina vermelha nos campeonatos brasileiros, no fim de semana perdemos mais uma vez para um time que, com muita boa vontade, pode ser considerado fraco, o Fortaleza. Do outro lado, um empate arrancado à fórceps no apagar das luzes, que, mesmo sendo contra o Palmeiras, expunha as deficiências do time treinado pelo fanfarrão "carioca". E com esse contexto entramos na semana GreNal. E a semana GreNal é sempre tensa e cheia de expectativas. Apesar disso, a torcida Colorada deu provas de apoio ao time no episódio do barco no treino. Ou seja, a torcida estava confiante.

O técnico do Inter tratou de esfriar os ânimos da torcida quando decidiu levar a campo um meio campo com Rodrigo Lindoso e Damian Musto e um ataque com Marcos Guilherme. Além de novamente escalar um zagueiro jovem, que pode ser promissor, mas ainda não tem a estatura do GreNal (Zé Gabriel), em detrimento daquele que compôs com o Victor Cuesta a melhor zaga do futebol brasileiro no ano passado, Rodrigo Moledo, que, a propósito, nos últimos jogos vem sendo utilizado como uma espécie de reencarnação do gigante Escurinho, entrando nos cinco minutos finais e como centroavante (coisas do nosso genial treinador...). Com essa escalação, a expectativa de que o meio de campo fosse como um latifúndio improdutivo e a "jogada" principal fosse o balão, na tentativa mágica da ligação direta dar certo, se tornou quase uma certeza. E se confirmou. No primeiro tempo o Inter teve maior posse de bola. Resultado prático? Zero! As estatísticas vão mostrar que o Inter teve um percentual altíssimo de passes certos, mas como estatística trabalha com quantidade e não com qualidade, nenhum desses passes teve objetividade e resultou em jogada perigosa. É assim em todos os jogos, invariavelmente são passes de meio de campo, com bola circulando de um lado para o outro até que seja recuada para o Cuesta ou mesmo para o Lomba, que ontem foi bastante acionado para isso, e tome balão pra ataque. Enquanto isso, o único jogador capaz de dar um passe de 50 metros com qualidade, assistia tudo do banco (falo do brasileiro D'Alessandro, claro). 

Terminado o primeiro tempo nesse circo de horrores, era de se esperar que o time voltasse modificado do vestiário. Esperança vã. Voltamos com a mesma escalação e sem sequer uma mudança de postura em campo. O gol do Grêmio até que demorou a sair e veio numa jogada em que o "sólido" meio-campo colorado, formado por dois marcadores (e sem nenhuma criatividade), deixou um jogador que até então estava absolutamente apagado em campo, ter todo o espaço do mundo e chutar. Um chute defensável, que mostra que a instabilidade do time contaminou até o antes excelente Lomba. Aí o nosso estrategista acordou e fez algumas trocas. Sobretudo, botou o D'Alessandro em campo. Mesmo com pouquíssimo tempo, foram nesses dez minutos finais, e com um meio de campo qualificado, que o Inter conseguiu algumas chances de gol e, como as coisas estavam feias mesmo, faltou também um pouco de sorte, porque duas ou três bolas que rasparam o poste poderia ter entrado. 

No final, mais uma festa do jogador de futvôlei carioca e sua trupe dentro do Beira-Rio. Festa que se repete não por mérito deles, mas porque o Inter parece ter assumido com orgulho o papel de bombeiro da Arena OAS. Tem crise lá? Chama um GreNal que fica tudo resolvido. Eu queria muito ver isso por um lado positivo, algo do tipo: bom, agora eles vão acordar e o Inter vai melhorar. Mas não tem existe esta perspectiva alentadora. Enquanto a direção parecer estar mais preocupada em perseguir a própria torcida e puxar o saco do fascista, que eles certamente ajudaram a levar para o Planalto (lembram da camisa presentada, branca, porque o cara não gosta de vermelho?), vamos continuar desempenhando com galhardia (perdão pelo trocadilho) a nobre função de resolver as crises tricolores. 

Por Rodrigo Navarro