NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Crise? Resolvemos!

 O Inter é o maior aliado do Grêmio nos últimos tempos! Essa afirmação é autoexplicativa para quem acompanha o futebol daqui. Mas acho melhor aprofundar um pouco.

Comecemos pelos fatos mais recentes. Na última sexta-feira, o Grêmio convocou uma entrevista coletiva, a fim de que o presidente do clube e o treinador pudessem falar sobre o que estaria se constituindo como uma crise para os lados da zona norte. Durante quase duas horas, segundo os relatos que ouvi, a institucionalidade tricolor tratou de desconstituir a narrativa de caos. Ouvi algumas partes da entrevista, particularmente nas falas do técnico (sim, gosto de manter minha irritação em níveis altos em véspera de GreNal). Arrogância, prepotência e uma certa desconexão da realidade são coisas que não podem faltar nas falas de alguém que manda construir estátua em homenagem própria. E, como é costume, alfinetadas no Inter. 

No retrospecto recente, o Inter andava um pouco melhor, mas os últimos resultados apontavam um certo equilíbrio por baixo. Eles empatando e perdendo para times fracos e nós entregando vitórias quase garantidas e eventualmente perdendo para os que vão disputar a metade inferior da tabela. Ou seja, crise configurada de um lado e ambiente inseguro do outro. Depois do último jogo pela Libertadores, em que o tricolor deveria ter saído de campo amargando uma derrota histórica (se tomasse 8 ou 9 a 0 a conta estaria bem), as notícias de lesões complicavam ainda mais as coisas do lado de lá. Chegou a se falar em algum momento que eles não teriam zaga para botar em campo no GreNal. Ou seja, se afigurava o GreNal perfeito para uma vitória Colorada, com o consequente agravamento da crise azul. 

Entretanto, como parece ser a sina vermelha nos campeonatos brasileiros, no fim de semana perdemos mais uma vez para um time que, com muita boa vontade, pode ser considerado fraco, o Fortaleza. Do outro lado, um empate arrancado à fórceps no apagar das luzes, que, mesmo sendo contra o Palmeiras, expunha as deficiências do time treinado pelo fanfarrão "carioca". E com esse contexto entramos na semana GreNal. E a semana GreNal é sempre tensa e cheia de expectativas. Apesar disso, a torcida Colorada deu provas de apoio ao time no episódio do barco no treino. Ou seja, a torcida estava confiante.

O técnico do Inter tratou de esfriar os ânimos da torcida quando decidiu levar a campo um meio campo com Rodrigo Lindoso e Damian Musto e um ataque com Marcos Guilherme. Além de novamente escalar um zagueiro jovem, que pode ser promissor, mas ainda não tem a estatura do GreNal (Zé Gabriel), em detrimento daquele que compôs com o Victor Cuesta a melhor zaga do futebol brasileiro no ano passado, Rodrigo Moledo, que, a propósito, nos últimos jogos vem sendo utilizado como uma espécie de reencarnação do gigante Escurinho, entrando nos cinco minutos finais e como centroavante (coisas do nosso genial treinador...). Com essa escalação, a expectativa de que o meio de campo fosse como um latifúndio improdutivo e a "jogada" principal fosse o balão, na tentativa mágica da ligação direta dar certo, se tornou quase uma certeza. E se confirmou. No primeiro tempo o Inter teve maior posse de bola. Resultado prático? Zero! As estatísticas vão mostrar que o Inter teve um percentual altíssimo de passes certos, mas como estatística trabalha com quantidade e não com qualidade, nenhum desses passes teve objetividade e resultou em jogada perigosa. É assim em todos os jogos, invariavelmente são passes de meio de campo, com bola circulando de um lado para o outro até que seja recuada para o Cuesta ou mesmo para o Lomba, que ontem foi bastante acionado para isso, e tome balão pra ataque. Enquanto isso, o único jogador capaz de dar um passe de 50 metros com qualidade, assistia tudo do banco (falo do brasileiro D'Alessandro, claro). 

Terminado o primeiro tempo nesse circo de horrores, era de se esperar que o time voltasse modificado do vestiário. Esperança vã. Voltamos com a mesma escalação e sem sequer uma mudança de postura em campo. O gol do Grêmio até que demorou a sair e veio numa jogada em que o "sólido" meio-campo colorado, formado por dois marcadores (e sem nenhuma criatividade), deixou um jogador que até então estava absolutamente apagado em campo, ter todo o espaço do mundo e chutar. Um chute defensável, que mostra que a instabilidade do time contaminou até o antes excelente Lomba. Aí o nosso estrategista acordou e fez algumas trocas. Sobretudo, botou o D'Alessandro em campo. Mesmo com pouquíssimo tempo, foram nesses dez minutos finais, e com um meio de campo qualificado, que o Inter conseguiu algumas chances de gol e, como as coisas estavam feias mesmo, faltou também um pouco de sorte, porque duas ou três bolas que rasparam o poste poderia ter entrado. 

No final, mais uma festa do jogador de futvôlei carioca e sua trupe dentro do Beira-Rio. Festa que se repete não por mérito deles, mas porque o Inter parece ter assumido com orgulho o papel de bombeiro da Arena OAS. Tem crise lá? Chama um GreNal que fica tudo resolvido. Eu queria muito ver isso por um lado positivo, algo do tipo: bom, agora eles vão acordar e o Inter vai melhorar. Mas não tem existe esta perspectiva alentadora. Enquanto a direção parecer estar mais preocupada em perseguir a própria torcida e puxar o saco do fascista, que eles certamente ajudaram a levar para o Planalto (lembram da camisa presentada, branca, porque o cara não gosta de vermelho?), vamos continuar desempenhando com galhardia (perdão pelo trocadilho) a nobre função de resolver as crises tricolores. 

Por Rodrigo Navarro