NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Beira-Rio: Celeiro de Ases ou canteiro de obras?

À primeira vista, uma pergunta sem muito sentido, afinal as duas coisas não parecem ser excludentes. Por trás dessa aparente simplicidade, porém, o que está em jogo é a história centenária do Sport Club Internacional. Podemos começar dizendo que está em curso, já há algum tempo, uma tentativa de mudança no perfil do Internacional, ser um clube popular, democrático, aberto a todo o tipo de torcedor, já não interessa mais. Campeão de tudo, a marca que a turma que comanda o Reira-Rio há anos tenta empurrar goela abaixo, é uma situação fática, enquanto Clube do Povo é a própria essência do Inter, gravada na sua história desde a gênese, história que eles tentam, agora, simplesmente reescrever. E há uma inconsistência na afirmação campeão de tudo. Quando a expressão foi cunhada, na euforia da conquista de uma competição que ainda nos faltava, como faltava a qualquer clube brasileiro (ah, o Inter e seus pioneirismos...), fazia algum sentido, nenhum outro clube fora tão vitorioso no Brasil nos primeiros anos do século 21. Hoje, se nos detivermos nos rigorismos impostos pela ideia de ser campeão de tudo, já não o somos, eis que há pelo menos uma competição em disputa ainda não vencida, a Liga. Há um problema ainda maior, que poderia ser relevado na época dos grandes títulos, porque não se apresentava como este terrível fantasma de final de ano: há competições que o Inter não deve ser campeão. Não deve sequer disputar. Acontece que os nossos gestores não devem estar percebendo isso, dado o que parece ser um grande esforço para levar o Inter a um mundo que não é o seu. Falo, por óbvio, da cruel ameaça de rebaixamento, cada vez mais presente no horizonte colorado. Parece que a atual direção quer provar a sua tese de campeão de tudo disputando uma competição que não condiz com a grandeza do Internacional, para, vencendo-a, dar razão ao novo slogan que tentam empurrar na torcida colorada. É claro que isto é uma alegoria, não há colorado no mundo que possa querer ver o Inter jogando regularmente nas segundas e sextas-feiras, ou seja lá que dia se jogue naquele campeonato de times menores. Salvo se houver alguém na condução do Inter que não seja assim tão colorado.

Hoje à noite decide-se, no âmbito do Conselho Deliberativo, quais candidatos vão se apresentar à disputa do voto do quadro social em dezembro próximo. Os grupos hegemônicos, que detêm o poder há longa data, se articularam e chegamos a este momento com três chapas. Na última quinta-feira, os três grupos aspirantes ao poder puderam apresentar as suas propostas para os próximos dois anos de gestão no Internacional. De fato, as chapas 2 e 3 usaram o seu tempo para, de alguma maneira, dizer aos presentes, conselheiros e conselheiras, além de alguns sócios e sócias, como pretendem reconduzir o Inter ao caminho das grandes vitórias. Diferenças à parte, os projetos são concretos e em certa medida viáveis. A apresentação da chapa oficial, entretanto, foi um episódio lamentável. Numa espécie de jogral, os três candidatos da chapa 1 passaram 22 minutos e alguns segundos, de acordo com a contagem do Presidente da Mesa, falando das suas próprias qualidades, como empresários bem sucedidos ou membros de tradicionais famílias com histórico no clube (ah, claro, não poderia faltar o velho e bom carteiraço) e do que pretendem fazer para transformar o Inter num modelo de clube. Futebol? Muito pouco. Talvez por não ter o que dizer sobre esta área "menos relevante"...

Como o futebol é assunto de segundo plano para o projeto do continuísmo, interessante que venhamos a nos deter um pouco mais na análise do que se projeta em relação ao Beira-Rio, em sentido amplo, para os próximos anos. Destino do Gigantinho, área do entorno do estádio, construção da "Cidade do Inter" em Guaíba, seja lá o que isso represente, enfim, obras, obras e obras. E para tal, o establishment apresenta seus candidatos e apoiadores, não por acaso, talvez, pessoas ligadas ao meio empresarial, particularmente da construção civil. Gente que não andava muito participativa na vida do clube, não de forma decisiva, na linha de frente, aparece agora como solução para os problemas de gestão, mas, claro, traz junto com o nome o currículo familiar, de grandes homens que ajudaram a construir a história do Inter. Ao lado de pessoas que têm a caneta, para usar uma expressão ao gosto do atual mandatário, mas não sabem escrever (ou desaprenderam) sobre futebol. Ou seja, o Inter pode terminar o biênio da nova gestão na quarta divisão (com chances de a partir daí virar de fato campeão de tudo, claro), mas  terá um estádio maravilhoso, com um complexo empresarial, de turismo, ou seja lá o que for, de dar inveja às grandes corporações. E poderá sediar grandes shows, quem sabe até ser palco de competições internacionais de futebol americano, oferecer aos chineses e australianos que queiram investir por aqui um restaurante panorâmico com vista para o Guaíba, enfim, tudo de primeiro mundo. Ou melhor, quase tudo, mas, afinal, que bobagem, o que é o futebol neste contexto hi-tec, não é mesmo?

Falando em futebol, que ainda é o motivo da existência da instituição, essa gestão é um rotundo desastre. Nunca existiu nenhum planejamento. Os dois últimos anos do Inter nunca começaram em janeiro. Chegando à semifinal da Libertadores ano passado, às vésperas de um GreNal, os gênios criativos decidiram que precisavam de um fato novo e aproveitaram o ensejo para demitir o técnico que, apesar de um bom trabalho, não agradava ao "todo-poderoso". O fato novo foi o maior vexame da história colorada frente ao Grêmio. Muito maior do que a derrota para o Mazembe, pois lá, apesar de ser traído pelo salto alto e a falta de planejamento, o Inter estava entre os quatro maiores times do mundo. - A propósito, quem estava no comando administrativo e técnico do Inter naquela época? - Como solução mágica, um técnico com história no clube e com excelentes trabalhos realizados no Figueirense e... o que mais, mesmo? Com todo o respeito ao profissional e à pessoa, o Argel não tem, e talvez um dia tenha, o tamanho do Internacional como técnico. Quando já não dava mais, entra em ação a máquina trituradora de ídolos e joga na fogueira o maior deles, pelo menos um dos maiores, Falcão foi chamado às pressas e, começando novamente o ano colorado, queimaram o Rei de Roma impiedosamente, para trazer de volta ele, o salvador, o gênio, o grande estrategista, aquele que salva os times do inferno (Vasco e Coritiba que o digam), não sem o apoio de peso da... Swat (?). Toda essa tresloucada aventura está terminando com uma entrevista em que o genial treinador diz que pegou um time esculhambado pelos técnicos que o antecederam e implementou qualidade, padrão de jogo, disciplinou o vestiário, e que agora as vitórias são mera questão de tempo. Talvez para os propósitos da gestão "campeã de tudo" isso faça sentido. O contrato deste gênio das quatro linhas já deve estar alinhavado com a chapa oficial, tal como ocorreu após o fiasco de 2010. E no ano que vem, se "o projeto campeão de tudo" for levado a efeito, e o Inter disputar a segundona, ele terá bastante tempo para implantar a sua filosofia. Talvez não haja jogadores diferenciados para ele deixar no banco, mas isso se resolve. Pensando bem, melhor até que o futebol fique em segundo plano em tempos de canteiro de obras no Beira-Rio, né?

Há que se falar, porém, na esperança. E só quem pode dar um rumo diferente para esse conto de fadas às avessas é O POVO COLORADO! Em duas frentes: lotando o Beira-Rio nos próximos dois jogos, os mais importantes da nossa história centenária, e ajudando a VARRER ESSA GENTE DO BEIRA-RIO NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES! Livre dos "gênios criativos" e suas ideias mirabolantes, que privilegiam a torcida tricolor e a festa das selfies no Beira-Rio e só lembram do nosso POVO quando a o nó da corda começa a apertar, vamos conseguir afastar o Inter do inferno do rebaixamento e, zerando a pedra, começar a reconstruir a história de glórias do CLUBE DO POVO.  Caso contrário, é esperar ser campeão de tudo com títulos das divisões inferiores. É a hora do POVO COLORADO decidir o que quer do Internacional: O CLUBE DO POVO ou...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários não identificados poderão não ser publicados.
Comentários contendo ofensas pessoais a outras pessoas, que não os administradores do blog, não serão publicados.