NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



quinta-feira, 13 de março de 2014

O POVO ESTÁ VOLTANDO PRA CASA

SEMPRE O POVO!

O POVO FEZ O INTER!

Antes de ser um slogan de um grupo ou movimento, essa frase é uma verdade. O Inter é o povo e isso se configura desde os idos de 1909, quando aqueles visionários e libertários irmãos, os Poppe, chegaram aqui na capital do “Continente de São Pedro”, um estado conservador até a raiz, e resolveram criar um clube ecumênico, que pudesse abrigar todos aqueles que tivessem interesses em comum, que naquele momento estavam representados pela vontade de praticar um esporte novo no país, a que só os mais abastados tinham acesso, principalmente nessas terras às margens de um rio que tempos depois alguém definiu que não é um rio, mas que sempre vai ser o velho Guaíba, que anos mais tarde viria a ser o lugar onde construiríamos a nossa casa.

Aqui, todos tinham vez e voz. Os negros, quando começaram a perceber que seriam bem recebidos no nosso clube, chegaram e tomaram conta. Os italianos, os judeus, os “sem-bandeira”, todos tinham espaço na nossa casa. Desde sempre. Essa diversidade étnica e cultural está expressa nos nossos grandes ídolos. Nas bandeiras e nos corações Colorados, dividem o mesmo espaço um negro fabuloso, que teria mudado a história da Copa de 50, segundo os que o viram jogar, Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha; um homem da alta sociedade, nascido Davi Russowski, mas que passaria à história como o lendário Russinho, do não menos histórico Rolo Compressor, filho de família rica, mas que nunca se negava a estender a mão aos companheiros de time; um representante das terras do condor, que dispensa apresentações, Dom Elias Ricardo Figueroa Brander; um loiro de olhos claros, que é um dos maores goleiros da história do futebol brasileiro, Cláudio André Mergen Taffarel; enfim, no Clube do Povo fizeram história gentes de todas as origens.

Quando achamos que o velho Estádio dos Eucaliptos, palco do Rolo Compressor e da dupla infernal, Bodinho e Larry, já havia cumprido de forma magnífica a sua nobre missão, sediando até mesmo jogos de copa do mundo, o Guaíba foi escolhido como lugar para um novo e majestoso estádio. Mas como – alguém poderia perguntar – um estádio seria erguido sobre a água? Essa pergunta é feita por quem não conhece a força do Povo Colorado. Disseram que sentaríamos não em cadeiras, mas em boias cativas. Falaram que com o tempo a nossa torcida assistiria aos jogos em barcos a remo. Falaram, falaram, falaram... E o Povo Colorado levou tijolos, arrumou sacos de cimento, trabalhou e fez surgir o Gigante. E o Gigante assombrou o estado e o país. Nele o Inter enfilerou títulos e vitórias sobre o maior rival; nele a torcida viu um negro “marrento” e um loiro sério e disciplinado consolidarem um título do qual jamais outro clube conseguiu chegar perto: o Príncipe Jajá e o genial Falcão venceram até o misticismo de um massagista que fez o Vasco da Gama entrar em campo com camisas pretas de mangas longas, no sol escaldante do verão porto-alegrense, e deram ao Povo Colorado a alegria de conquistar um título brasileiro de forma invicta.

Só que a nossa história não é feita só de momentos gloriosos. Tivemos as nossas dificuldades e quando precisávamos bater o time da “família Scolari”, para não manchar a nossa história com a descida a um nível que não conhecemos, a Povo Colorado esteve lá, apoiando o time e iluminando a cabeça de outro grande ídolo, para empurrar para o fundo das redes a bola que nos livraria da divisão frequentada pelos times inferiores. Este sujeito, Dunga, aliás, representa um pouco da história do Povo Colorado, porque suportou nas costas a ira de uma nação manipulada pela mídia do centro do país, que denominou como “Era Dunga” um dos piores períodos da história da seleção brasileira, e mostrou a essa gente, quatro anos depois, que com um Colorado não se brinca. Grande Dunga!

Uma volta no tempo, para dizer que nos gloriosos anos 70, a primeira década do Gigante da Beira-Rio, um time do centro do país ficou conhecido com Academia. Era o Palmeiras, do grande Ademir da Guia. Pois do lado de cá do Mampituba, um grande narrador de futebol percebeu que tínhamos também uma academia, mas que essa academia era diferente. Então um belo dia, o já lendário Haroldo de Souza abriu assim uma jornada esportiva: APARECE A ACADEMIA DO POVO!!! E aquilo virou uma marca. A marca de um time que jogava tanto quanto a academia verde de São Paulo, mas que tinha por trás desse futebol maravilhoso o Povo Colorado.

Um corte de três décadas e no ano de 2006 um emocionado capitão, minutos antes do jogo que viria a marcar a maior conquista de um time brasileiro, ao juntar o seu grupo antes de entrar em campo, grita a toda voz que quem entrasse em campo com aquela camisa deveria saber que teria a responsabilidade de honrar um Povo. E no sangue escorrendo do rosto de um guerreiro – ex-boia-fria -, estampou-se toda a história do Povo Colorado. Estávamos, naquele dia, nos sagrando Campeões do Mundo, batendo o todo poderoso Barcelona, que até no banco de reservas era uma seleção mundial. E na volta para casa, o Povo Colorado fez uma das maiores festas que este estado teve notícia, lotando o Beira-Rio, a sua casa, no meio da tarde de um dia útil, tal como se fosse um domingo de final de campeonato.

A partir dali, ganhamos todos os campeonatos possíveis, nos transformamos no Campeão de Tudo. E o que parecia impossível, começou a acontecer. Na cabeça de algumas pessoas, infelizmente muito poderosas, a condição de campeão de tudo não era mais compatível com a história de Clube do Povo. E o Internacional começou a se afastar do seu Povo, o Povo do Clube passou a ser indesejado no Beira-Rio, o mesmo estádio majestoso que ele ajudou a erguer das águas. Os ingressos passaram a ficar cada vez mais caros, a velha coreia, de tantas guerras, deixou de existir, o Portão 8, que era o terror dos dirigentes incompetentes e dos jogadores mascarados, foi extinto. O sócio antigo, aquele da “carteira vermelha”, passou a ser visto com maus olhos pelas gestões que se sucediam. O histórico Saci quase foi substituído pelo Macaquinho Escurinho. O espaço social e de lazer do clube foi sendo deixado em segundo, terceiro plano. O Parque Gigante, que já foi orgulho do Povo Colorado, hoje é uma espécie de depósito de entulhos. Ou seja, o Clube do Povo afastou o Povo do Clube.

O grand finale desse processo de elitização está prestes a acontecer. No dia 6 de abril, aniversário do Gigante da Beira-Rio, do lado de dentro da NOSSA CASA, estará se realizando uma festa para a qual não fomos convidados.

Mas essa história não vai ficar assim. Eles mexeram com uma instituição sagrada, o Povo Colorado. E essa nação que estava como que adormecida está abrindo os olhos e se levantando para voltar para casa. É isso, Nação Colorada, o Povo Colorado está voltando para casa. E o primeiro grande passo desse retorno às nossas origens vai acontecer no mesmo dia da festa deles. Sim, embora estejamos falando da reinauguração do NOSSO estádio, aquela é a festa deles. A nossa vai ser na rua, junto com a gente que construiu o Inter, junto com o Povo Colorado.

Conclamamos a todos aqueles Colorados que não foram convidados para a festa da “confraria” e aqueles que foram convidados mas preferem participar da FESTA DO POVO, para fazermos juntos o maior evento popular ligado ao futebol que o país do futebol já teve notícia. Vamos todos juntos celebrar a volta do NOSSO ESTÁDIO realizando o

CHURRASCO DO POVO COLORADO!

Vamos fazer o mar vermelho invadir o Beira-Rio, mesmo que neste momento não possamos entrar na NOSSA CASA!

Vamos mostrar a essa gente quem é o Povo Colorado, o Povo que construiu o maior clube do Brasil!

Traga sua churrasqueira portátil, se não tiver encoste seu espeto na churrasqueira do Colorado ao lado e vamos cobrir o lado de fora do gigante de vermelho!

Depois disso, certamente o caminho estará aberto para retornarmos à nossa casa, porque eles não vão mais conseguir barrar a nossa entrada.


O POVO FEZ O INTER

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