NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

INGRE$$O$ - aumento abusivo

Colorados,

A atual gestão vem promovendo, pouco a pouco, um processo de elitização do Clube do Povo desde janeiro de 2007, fato já denunciado aqui (vejam postagens anteriores).

Ano passado, o sócio colorado Allan Maciel denunciou o aumento abusivo dos ingre$$o$ em relação a anos anteriores, o que teve repercussão no blog do Hiltor Mombach (vejam imagens abaixo):



Em apoio e concordância à reclamação procedente do Allan, enviei o seguinte e-mail ao Hiltor:

Em 8 de maio de 2010 19:32, Douglas Ricalde escreveu:

Prezado Hiltor,

Transcreveste em teu blog do dia 06/05/2010 coluna anterior sobre o preço dos ingressos praticados atualmente nos estádios de futebol, especialmente no Beira-Rio, em resposta ao excelente texto do leitor Allan Maciel Silva da Silva.

Falaste em demagogia e finalizaste com a seguinte frase: “Bom futebol é artigo de luxo, e luxo custa muita grana.”

O Allan Maciel tem inteira razão no que diz. Os preços dos ingressos no Beira-Rio, estádio do Clube do Povo, aumentaram absurdamente a partir de 01/01/2007. Sobre isso, veja a tabela que consta na página 44 do trabalho de conclusão da historiadora Delene de Souza Gastal (disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21333/000736986.pdf?sequence=0).

Entretanto, a qualidade dos times montados pela atual gestão que comanda o Inter há 9 anos diminuiu na proporção inversa. Em 2007 o Inter foi eliminado na 1ª fase tanto do gauchão como da libertadores, e em 2008 e 2009 o Inter não disputou a libertadores, por exemplo.Como explicar aumento de mensalidades, de ingressos, de produtos licenciados, etc., sendo que o time em campo não corresponde a esse achaque? (Leia mais em http://interdetodos.blogspot.com/2010/05/tradicao-x-modernizacao.html)

Mais: as modificações no estádio, até agora, foram pequenas para se justificar a elitização por que o Clube está passando. Foram colocadas cadeiras apertadas na social e na arquibancada superior. E só. Na arquibancada inferior continua se sentando no concreto, tomando chuva no lombo e vendo o jogo de pé quando há superlotação. E tudo isso por R$ 40,00. Se isso é luxo...
(Leia mais em http://interdetodos.blogspot.com/2010/05/modernizacao-cade.html)

O local mais popular do estádio, a antiga “coréia”, foi fechada. Estão sendo construídas 89 suítes no anel inferior. Temos, segundo a atual gestão, mais de cem mil sócios. A capacidade do Beira-Rio, segundo dados oficiais, é de 56 mil espectadores. Ora, obviamente não há lugar para todos (e esse é um problema sério e de difícil solução). Como entender então que diminuam a capacidade do estádio, justamente no setor onde o ingresso é mais “barato”, quando o número de sócios aumenta?

Não é à toa que a média de público do Inter em jogos não decisivos seja tão baixa. E, agora, no brasileirão isto ficará mais uma vez evidente (a menos que ocorram mudanças sensíveis dentro e fora de campo).

Permita-me voltar ao ano de 1999. O então presidente Paulo Rogério Amoretty iniciou um campanha de sócios muito interessante: pagava-se R$ 20,00 mensais à época e era possível assistir a todos os jogos do Inter no Beira-Rio durante o mês SEM pagar ingresso nem metade do ingresso. O número de sócios aumentou consideravelmente. Isso permitiu a permanência do Christian e a contratação de medalhões como Dunga, Gonçalves, Elivélton e do técnico Paulo Autuori. Todos com altíssimos salários. No campo, porém, o time levou 4x0 do Juventude dentro do Beira-Rio, sendo eliminado antes da final da Copa do Brasil e, no brasileiro, quase foi rebaixado.

Ou seja, o torcedor-sócio tinha acesso a todos os jogos do time por menos da metade do que se paga hoje e o Clube tinha uma capacidade de investimento muito boa. Esse projeto só não foi adiante porque em campo as coisas não aconteceram.

Em 2006, o ingresso era muito mais barato e acessível do que é hoje e o time era infinitamente melhor, assim como a folha de pagamento. O que prova que dinheiro e “luxo” não são garantias de equipes competitivas e muito menos de títulos! O Chelsea, por exemplo, é riquíssimo, tem um time caríssimo, mas nunca ganhou uma champions league. Isso é incompetência administrativa e política de futebol equivocada.

Onde quero chegar: é possível montar bons times, vencedores, sem precisar achacar tanto o torcedor. Também é possível ter segurança e conforto no estádio (o que não é o caso do Beira-Rio atual, pelo menos não em determinados setores) sem elevar o custo dos ingressos muito além do padrão salarial do cidadão-torcedor. A própria gestão atual sabe disso e sabe como fazer isso. Basta vontade política!

Atualmente, apesar de contribuir com o Inter, os sócios de uma determinada modalidade não têm nenhuma garantia de que poderão adquirir ingressos para assistir aos jogos no Beira-Rio. Bom futebol então...

Não queremos entrar de graça no estádio. Queremos apenas que o valor de ingressos, museu, produtos licenciados, comidas, bebidas, sejam compatíveis com o poder aquisitivo de todos, e não apenas de meia dúzia. É preciso achar uma alternativa! É possível ter desenvolvimento com distribuição de renda. Quem tem mais, que pague mais. E que se cobre menos de quem tem menos. É uma equação simples e bastante plausível, sim senhor.

E os estudantes e idosos, como ficam? E o torcedor que, além da mensalidade, paga o pay-per-view para poder acompanhar o Inter longe do Beira-Rio? É uma despesa surreal para os nossos padrões (que não podem ser comparados aos europeus).

Muitos dos que estão sendo excluídos do processo, na época das vacas magras, nos anos 80 e 90, estavam lá sujeitos a chuvas e trovoadas para apoiar o time, o Clube (éramos aproximadamente 10 mil em média). Os locatários de cadeiras, suítes e camarotes, onde estavam? (Leia mais em http://interdetodos.blogspot.com/2010/04/recebemos-um-comentario-anonimo-de.html)

Saudações coloradas,
Douglas Ricalde
http://interdetodos.blogspot.com/

Autorizo a publicação.



O prezado jornalista retrucou, ratificando o discurso e a justificativa elitista da direção colorada:

INGRESSOS, AINDA
Sobre o preço dos ingressos, ainda.
O Internacional jogou 40 partidas no Beira-Rio em 2009.
Participou do Brasileiro, Copa do Brasil, Gauchão, Sul-Americana e Recopa.
O sócio com acesso garantido paga R$ 55,00 por mês. São R$ 660,00/ano.
Gastou R$ 16,5 por partida.
O sócio campeão do mundo, aquele que paga para ter preferência na aquisição do
bilhete com 50% de desconto, desembolsa R$ 22,00/mês, R$ 264,00/ano, mais R$ 20,00 (em média)
para confirmar o bilhete. Se fosse aos 40 jogos teria desembolsado 264 + 800 = 1.064, ou
R$ 26,5/jogo.

Postado por Hiltor Mombach - 10/05/2010 16:46 - Atualizado em 10/05/2010 17:16



E eu trepliquei:

Prezado Hiltor,

Teu cálculo para a aquisição de ingressos pelo sócio "campeão do mundo" (como se sócio antes de 2006 não fosse campeão do mundo também...) tem uma falha!

O sócio dessa modalidade paga uma taxa de R$ 3,00 toda vez que adquire ingressos pela internet com cartão de crédito ou pelo portal de voz. Esta taxa deve ser acrescentada ao valor do ingresso com 50% de desconto. Este ingresso custaria, segundo teus cálculos, POR JOGO, R$ 29,60. (Só o ingresso, sem contar passagem de ida e volta ou estacionamento, que custam, atualmente, R$ 4,90 e R$ 5,00, respectivamente). No mês, temos uma média de quatro jogos no Beira-Rio, ou seja, o torcedor-sócio gasta em média R$ 118,40 para assistir aos jogos do Inter no concreto ou em cadeiras apertadas e desconfortáveis, sujeito a chuvas e trovoadas e a futebol de baixa qualidade.

Fazendo uma comparação com outra arte, o cinema, que tem aproximadamente a mesma duração de um jogo de futebol e que provoca um efeito catártico semelhante, podemos concluir que o preço do ingresso desta modalidade está acima dos padrões, sim. Com o dinheiro gasto em um único jogo no Beira-Rio, sentado no concreto e sujeito a chuvas e trovoadas, é possível assistir a duas sessões na melhor sala de cinema da capital num mesmo dia. Com a diferença vantajosa de que no cinema há cadeiras e poltronas confortáveis e não há risco de tomar chuva no lombo.

Além disso, muitos torcedores, sócios ou não sócios, também contribuem com o Clube sendo assinantes do pay-per-view. Compram produtos licenciados com preços elevadíssimos também. Enfim, pelo menos no preço do ingresso o Inter poderia "morder" menos o torcedor colorado.

--
Douglas Ricalde
http://interdetodos.blogspot.com/

Autorizo a publicação.



Durante o Campeonato Brasileiro de 2010 os preços dos ingressos se mantiveram estáveis, com valores razoáveis e até justos, considerando o contexto econômico vigente.

Mas em 2011...

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