NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O CONDOR, O CANÁRIO E O ... presidente(?)

O Chile é um país que fica na altura das nuvens e já trouxe ao mundo gente como Violeta Parra, Pablo Neruda e Salvador Allende, entre tantos outros. Lá no alto da Cordilheira, é comum a presença de um pássaro, imponente e um tanto quanto misterioso, o condor, que, inclusive, é uma espécie de símbolo dos países daquela região, entre eles o Chile.

Por aqui, a seleção brasileira de futebol, que já foi orgulho nacional - autêntico e não do tipo goela-abaixo-via-rede-bobo -, é simbolizada pelo canário, uma simpática avezinha amarela, que muita gente cria em pequenas gaiolas em casa e ostenta como se fosse um enfeite, um mero souvenir. O condor voa livre e solto sobre as montanhas geladas e o nosso canarinho...

Bueno, o que tem a ver o condor com o canário, além do fato de serem aves? E qual a relação entre condor, canário, Andes, seleção brasileira? É o que eu vou tentar dizer a partir de agora.

Acontece que lá pleo começo dos anos 70, desembarcou por aqui um sujeito, vindo das terras do condor, com fama de excelente zagueiro, mas que também sabia declamar Neruda. Seu nome, Elias Ricardo Figueroa Brander. Pois este moço foi o responsável por comandar um grupo de jogadores Colorados ("C" maiúsculo) a alçar o Internacional, de tantas glórias, do Rolo Compressor, de Bodinho e Larry, ao posto de maior time do Brasil. Antes éramos "só" o maior time do Rio Grande do Sul, depois de termos sido, em tempos idos, "apenas" o maior time de Porto Alegre.

A história de Dom Elias no Inter deve estar na ponta da língua de todo Colorado que se preze, por isso não vou entrar em minúcias.

Por outro lado, algo da história do "Escrete Canarinho" também deveria ser do conhecimento de qualquer um que goste de futebol.

Vamos a um rápido recuo tempo para lembrar de algo que vai ser de suma importância para os assuntos que quero abordar aqui. Lá no começo do século XX, quando os irmãos Poppe e mais alguns visionários levaram em frente a ideia de criar um clube popular e universalista, características Coloradas desde sempre, escolheram as cores vermelho e branco para este clube e o chamaram, apropriadamente, de Sport Club Internacional. Quem se interessa pela história do (ex?) Clube do Povo, vai ver que desde o início as camisas foram vermelhas e brancas, desde aquela de pano listrado, lá de 1909, até a supermoderna, drysoft ou coisa que o valha, atual.

Ontem, porém, os jogadores do Inter entraram em campo vestindo uma inqualificável camisa... amarela. Um historiador estrangeiro que estivesse pesquisando sobre o Inter, talvez ficasse sem entender nada, afinal, as cores do clube não são, desde a fundação e hoje por disposição estatutária, vermelho e branco? Como, então, o time entra em campo de amarelo? Aprofundando a pesquisa, o nosso historiador vai ver que pela comemoração do centenário foi criada uma camisa dourada, que não foi muito bem aceita pela Nação Colorada, mas que pela justificativa de ser alusiva aos 100 anos, e a relação da cor com o ouro, ainda passou. Mas e essa amarela de agora? A explicação é uma homenagem à seleção brasileira, em função da realização da Copa do Mundo no Brasil, com jogos no Beira-Rio. E os argumentos se complementam com a informação de que outros clubes brasileiros, cujo material é fornecido pela mesma empresa da seleção, fizeram o mesmo. Ou seja, é uma questão de marketing, business, dinheiro, money, grana, pila, tutu... E a tradição do clube? Tradição? Ora, tradição, que tradição o que, futebol é negócio, meu amigo!

Voltemos à questão andina. Hoje, um estádio de futebol na cidade de Valparaíso, terra natal do zagueiro aquele de quem eu falei lá no começo, vai ser, a exemplo do nosso Gigante da Beira-Rio, reaberto. Com um nome bastante significativo, Estádio Regional Elías Figueroa Brander. Pergunto: quantos jogadores de futebol na história tiveram, até hoje, a honraria de emprestar seu nome para um estádio? E quantos foram homenageados dessa maneira estando ainda vivos? Olha, meus amigos, isso não é pouca coisa, como não é pouca coisa o fato de um zagueiro ter sido eleito o melhor jogador de futebol do mundo numa época em que desfilavam pelos gramados nomes como Beckembauer, Rivelino, um outro, pouco conhecido, Pelé...

Pois então, o tal do Figueroa, se quisesse, poderia mandar uma cartinha pra UEFA, pra Conmebol e pras outras federações, pedindo que fizessem uma seleção dos melhores jogadores do mundo na atualidade, a fim de fazer um jogos festivo para reinaugurar um estádio com o seu nome. Seria atendido, não tenho dúvida. Poderia convidar a seleção chilena para ser a adversária dessa seleção mundial. Poderia, também, convidar nomes contemporâneos seus para o jogo. Duvido que um Falcão ou um Beckembauer declinasse do convite. Mas ele não fez isso. Ele simplesmente convidou o Wanderes e o Internacional para que façam o jogo. Por quê? Deixem que o próprio Homem explique:

O Wanderes é o clube no qual comecei como profissional, aos 15 anos de idade. O Inter é o meu clube do coração. E Valparaíso é a minha cidade natal.
Vejam, meus amigos Colorados, que estamos falando de um monumento do futebol mundial, um dos maiores jogadores de toda a história (e observem que eu disse "jogadores" e não meramente "zagueiros"), que escolhe o nosso time, o Sport Club Internacional, que ele ajudou a transformar em gigante, para inaugurar o "seu" estádio. Me digam com sinceridade, qual o maior homenageado: o cara que está dando nome a um estádio ou o clube que está sendo convidado a reinaugurar esse estádio?

Aí, o inexplicável, o inacreditável, o inaceitável entra em campo. O sr. Giovani Luigi Calvário, para quem obviamente uma meia dúzia... tá bem, alguns milhões de reais valem mais do que a história de um clube e de um povo, determina que a delegação do Inter para o jogo festivo seja a do time sub-23.

NÃO, SEU CALVÁRIO!! Deveriam ir TODOS os jogadores do grupo principal! O Inter deveria se fazer representar pelo que tem de melhor na homenagem a um dos seus maiores ídolos. Alguém poderá dizer que o que tem de melhor hoje no Inter é justamente o sub-23. Não sei, até pode ser, mas o fato é que quem deveria estar lá é o D'Alessandro, o Juan, o Aránguiz. E deveriam estra lá também o Valdomiro, o Falcão, o Larry. E deveriam estar lá, seu Luigi, o senhor e o seu staff!!! O senhor não é ninguém diante de Dom Elias, seu Calvário! Ponha isso na sua cabeça!!!!

Em dois dias, apenas dois dias, o senhor Calvário deu provas de desprezar uma história de 105 anos de glórias. Fazer o time entrar em campo com uma camisa amarela, em nome de um marketing espúrio, é um crime de lesa-clube! E menosprezar o convite de um dos emblemas Colorados é um dos maiores absurdos que uma direção poderia praticar.

Para o meu Pai e a minha Mãe, que me fizeram Colorado mesmo antes de nascer, para as minhas filhas, que são Coloradas desde que foram concebidas, para todos os Colorados de verdade, jogadores, dirigentes, torcedores, estejam entre nós ou não, do presente, do passado e do futuro, para todos os que gostam e respeitam o esporte bretão, mesmo professando fé por outras cores, e, fundamentalmente, para o meu ídolo maior, Dom Elias Ricardo Figueroa Brander, peço desculpas por esses dois ATOS EXECRÁVEIS deste senhor, que não merece sequer ser chamado de Colorado.

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