NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



quarta-feira, 2 de junho de 2010

DE BELÉM A YOKOHAMA - parte 1: contradições e/ou falta de planejamento

O assunto do momento no Inter é (a ausência d) o técnico. Acho que deveria estar sendo mais debatido entre a torcida Colorada, porque os nomes ventilados na imprensa são de arrepiar os cablos até de quem não os tem. Cuca, Nelsinho e principalmente Adílson são nomes que não deveriam nunca passar pelas cogitações da diretoria. Em todo o caso, dessa diretoria o que esperar?

A partir de hoje vou publicar alguns comentários sobre o livro "De Belém a Yokohama", do ex-presidente Fernando Carvalho.

Esperava mais. Achei bem fraquinho. É um livro de memórias. Para ser justo, admirei a sua sinceridade em apontar os momentos difíceis que passou, mas quem lê não deve se iludir. Todos os erros a que ele se refere estão situados em suas passagens anteriores pelo clube. A partir de 2002 só se fala em pequenas hesitações, medos e coisas do tipo. Mesmo quando fala nos atrasos salariais que marcaram o início de sua gestão, ele sugere sutilmente (às vezes nem tanto) que tudo foi culpa da gestão anterior. Como o tema da hora diz respeito ao comando técnico, faço a primeira análise sobre as suas ideias sobre isso.

“Demitir o treinador é quase sempre um equívoco. É claro que há casos em que não há o que fazer, mas em 90% das vezes é uma atitude equivocada.” (p. 151)

De acordo com informação do jornalista Cléber Grabauska, a média de permanência de um técnico no Inter na gestão Carvalho/Píffero tem sido de sete meses, ou seja, mais de um por ano. Desde 2002 já foram feitas 14 trocas, e aí se incluem nomes como Ivo Wotmann e Joel Santana, entre outros. Essa realidade não parece contraditória com a ideia de quem acha que trocar de técnico é uma medida equivocada em 90% dos casos? Depois da segunda saída do Abel, quanto tempo ficamos sem técnico? Não era de se esperar que uma direção altamente especializada no clube, que se preparou tanto tempo para assumi-lo e que tem um planejamento tão sólido e eficaz tivesse já uma análise bem feita do mercado, a fim de que na ocorrência de uma situação "inusitada", que é a demissão do treinador, pudesse recompor a comissão técnica com eficiência e rapidez? E agora, a história não está se repetindo? O treinador anterior tinha a sua situação instável já há um razoável tempo. Ele próprio não assegurou a sua vontade de permanecer. Não seria o caso de ter "cartas na manga", para que assim que fosse anunciada a demissão, que era iminente há algum tempo, houvesse uma pronta resposta?

Por outro lado, um clube como o Inter, com objetivos grandiosos, com uma história mais grandiosa ainda, com um giro de dinheiro comparável a muitos clubes europeus, pode ficar cogitando nomes sabidamente incompatíveis com esses ideais de grandeza, como Cuca, Nelsinho, e, principalmente, Adílson Batista? Falar em Scolari é pensar grande, realmente, mas para isso não deveria ter sido acertada já a sua contratação? Diz-se que estava tudo certo, mas que o vazamento de uma informação desagradou ambas as partes e atrapalhou o negócio. Tal vazamento, se ocorreu, partiu de uma fonte ligada ao clube da Azenha/Medianeira e teria sido responsabilidade do ex-delegado Ben-Hur Marchiori, sabidamente ligado ao clube azul, tal como, a propósito, o próprio treinador. Não parece um tremendo amadorismo confiar a responsabilidade de uma negociação desse porte a alguém que tem ligações muito fortes com o nosso maior rival?

E mais, a competição prioritária do Inter é a Libertadores. Desde a demissão do técnico anterior até o próximo jogo pela competição decorre um período de mais ou menos dois meses, sendo que nesse tempo está incluído um espaço de total inatividade oficial, inclusive com férias e intertemporada. Não deveria ser utilizado todo esse tempo pelo novo técnico, para conhecer o grupo, implantar as suas ideias, treinar o time, enfim, aplicar todo o PLANEJAMENTO que envolve a participação numa decisão tão importante? Não é isso que está acontecendo, mas depois, na hipótese de insucesso, que realmente não queremos, já se sabe que a desculpa vai ser a falta de conhecimento sobre o grupo, o pouco tempo para fazer os jogadores entenderem a nova proposta de trabalho, a adaptação ao novo comando técnico, a parte física, a nova filosofia e blá, blá, blá. E se ouvirá novamente o batido discurso de que o único clube que ganha títulos de forma ininterrupta desde 2002 é o Internacional. E então partiremos com tudo para conquista do Brasileiro, porém com uma defasagem bem considerável em relação ao grupo da ponta.

Suponho que não seja esse o desejo da toricda Colorada. O nosso pelo menos não é. Então vamos abandonar a pasmaceira e pressionar a direção para que solucione com rapidez e eficiência esse problema! Ficar esperando o que vai acontecer é jogar contra o Inter.

Eu tenho a convicção que o novo técnico será um nome que possa causar impacto junto à torcida, afinal praticamente entramos em período eleitoral e muito mais do que conquistas dentro do campo, interessa a essa gestão a própria manutenção no poder. Mas e o tal planejamento?

Com a palavra os Colorados que querem o Inter novamente entre os maiores do mundo.

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