Começo a ficar de fato
preocupado. A quem interessa a manutenção da impunidade do Grêmio e de (uma grande)
parte da torcida azul? Tenho distribuído para a imprensa e para os órgãos
competentes manifestações sobre os crimes praticados no estádio Olímpico. Não
recebo nenhuma resposta. Os meus amigos do Inter de Todos, que têm mais
afinidade com o mundo virtual, divulgam pelas redes sociais essas
manifestações, acrescidas dos seus comentários e de outras notícias. E mesmo
assim as coisas parecem não ter repercussão. Será que não há ninguém
interessado no assunto? Será que realmente há um poder extraordinário na camisa
preta, branca e azul, que faz com que o clube da Azenha/Medianeira/Humaitá/Vila
Farrapos se mantenha acima da lei?
Em outro texto aqui mesmo no blog
eu transcrevi os artigos do CBJD que determinam as punições aplicáveis em
virtude de fatos como os que foram protagonizados no último domingo e em tantas
outras ocasiões pela torcida do Grêmio. Acho desnecessário copiar os
dispositivos da legislação penal que tipificam esses atos. Por que nunca acontece nada? Por onde andam os
auditores e procuradores dos tribunais desportivos? Por onde andam os
promotores de justiça do MP gaúcho? Por onde andam os militantes dos direitos
humanos? Por onde andam os cidadãos, que assistem a tudo isso e se mantêm na
pasmaceira?
Provavelmente tem muita gente que
recebe os meus textos e nem lê. Certamente há outros tantos que se dignam a ler
só pra poder dizer: “lá vem este mala de novo”. A esses digo que não pretendo
desistir enquanto não encontrar alguém disposto a fazer alguma coisa.
Vou copiar aí em baixo uma
mensagem que mandei para as redações AM e FM da rádio Guaíba e para o email do
Sr. Sílvio Almeida, coordenador de jornalismo da rádio. Tenho pouquíssima
esperança que dê algum resultado, mas ainda estou tentando descobrir o email da
Sra. Solange Calderón, que é diretora da Guaíba. Alguém vai ter que se manifestar.
Se os mails não tiverem resposta, vou mandar cartas registradas e, se preciso,
vou lá na Caldas Júnior tentar falar com essa gente. Segue o texto:
“`Venho, por
intermédio desta, manifestar meu descontentamento com algumas atitudes do Sr.
Jurandir Soares, apresentador interino do Programa Bom Dia.
Na última
quarta-feira, dia 4 de julho, o Sr. Juremir Machado da Silva, que integrava a
bancada do programa, fez referência a uma mensagem eletrônica que lhe enviei,
que trata das questões de racismo e violência no Estádio Olímpico. Ao falar da
faixa ofensiva à mãe do jogador Ronaldinho, amplamente divulgada pela imprensa,
o Sr. Jurandir disse que ela havia sido recolhida por determinação da direção
do Grêmio. Enviei mensagem eletrônica contestando-lhe, pois tinha notícia de
que o árbitro da partida foi quem exigiu a retirada da faixa. A mensagem não foi lida. Na quinta-feira,
enviei novamente a mensagem, que, mais uma vez, foi ignorada. Hoje, dia 6,
enviei uma mensagem um pouco mais extensa, que, sob essa alegação, foi lida
apenas parcialmente. O Sr. Jurandir disse, então, com veemência, que nada do
que eu havia dito era verdadeiro, afirmando que estava presente ao jogo e que
comprovou o fato de que a direção ordenou a retirada da faixa. Mandei outra
mensagem, contendo cópia da notícia publicada na versão eletrônica do Correio
do Povo do dia 2, a qual continha uma declaração do árbitro Paulo César de
Oliveira, dizendo que ele havia pedido para a Brigada Militar a retirada da
faixa.
Como imaginei que
também essa mensagem seria desconsiderada pelo Sr. Jurandir, telefonei para o
número 3215.6310 e falei com um homem que trabalha na produção do programa, do
qual lamentavelmente me esqueci de perguntar o nome, mas que imagino seja o Sr.
Otto Bede, relatei o caso e pedi que o
Sr. Jurandir fizesse uma observação no ar, a fim de restituir a verdade dos
fatos e também para que não se fixasse a ideia de que eu estaria inventando
situações comprometedoras para a direção gremista. Para minha surpresa, nada
foi falado até o fim do programa.
Não é esse o tipo de
jornalismo que caracteriza a Rádio Guaíba. Os profissionais que trabalham nos
meios de comunicação devem privilegiar a informação, deixando de lado as suas
paixões, principalmente clubísticas. Entendo que como torcedor e conselheiro do
Grêmio, o Sr. Jurandir Soares não tenha gosto em noticiar fatos desabonatórios
ao clube, mas, repito, como jornalista, a sua obrigação é transmitir as
notícias com a máxima isenção. Pior do que a omissão, no caso em tela, foi a
explícita tentativa de minimizar os gravíssimos fatos ocorridos no estádio
gremista. Parece claro que foi essa a intenção do Sr. Jurandir ao atribuir à
direção do Grêmio um procedimento que deveria ter tomado, mas que, por omissão,
conivência, falta de interesse ou coisa que o valha, não fez.
Assim apresento esta
reclamação, aguardando uma resposta e acreditando que atitudes serão tomadas a
fim de que esse tipo de procedimento não se repita, vindo a manchar a reputação
e a belíssima tradição da Rádio Guaíba.
Atenciosamente,”
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