NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


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quarta-feira, 4 de julho de 2012

RACISMO LIBERADO?

Mandei um mail com o texto abaixo para a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa:


Exmo. Senhor Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Deputado Miki Breier:

No último domingo, dia 01 de junho, o estádio Olímpico, praça de esportes do Grêmio Foot-Ball Portoalegrense, foi, novamente, palco de atos racistas, preconceituosos e que incitavam a violência, protagonizados pela torcida daquele clube.

O alvo, desta vez, foi o jogador Ronaldinho, cuja origem esportiva é o próprio Grêmio. Segundo notícias veiculadas pela imprensa e em diversos sítios na internet, grande número de torcedores presentes ao estádio entoavam cânticos ofensivos cada vez que o jogador tocava na bola, chamando-o de macaco, além de outros impropérios. Essa atitude resultou, inclusive, numa manifestação de desabafo do atleta contra a torcida ao final do jogo, que foi registrada pelo microfone do repórter João Batista Filho, da rádio Guaíba, e cujo áudio encontra-se disponível em http://www.correiodopovo.com.br/Esportes/?Noticia=439248.

Não bastasse isso, antes do início do jogo, o árbitro precisou determinar a retirada de uma faixa exibida pela torcida contendo ofensa gravíssima à mãe do jogador, que, independentemente de qualquer outra circunstância, é uma pessoa já de certa idade, que, segundo consta, encontra-se enferma, e que, em última análise, não tem qualquer relação com o ódio nutrido pela torcida gremista contra o seu filho. A foto da faixa segue nesta mensagem como arquivo anexo.

Lamentavelmente esse tipo de manifestação não é uma novidade entre a torcida do Grêmio. Quem já teve oportunidade de assistir a um gre-nal é testemunha disso. Da mesma forma, se pode comprovar a tendência racista de um número considerável de torcedores gremistas em mensagens veiculadas nas redes sociais.

Inexplicavelmente, quando questionados sobre esses problemas, os dirigentes gremistas tentam minimizá-los, atribuindo-os a atos inconsequentes de "meia dúzia de meninos", que não têm representatividade na torcida. Foram essas as palavras usadas pelo atual presidente do clube, Paulo Odone, por ocasião do célebre episódio da queima dos banheiros químicos no Beira-Rio, protagonizado pela torcida do Grêmio, há alguns anos. A situação torna-se ainda mais grave quando se sabe que o citado presidente é parlamentar nessa Casa e membro suplente da CDH, e que, por isso mesmo, deveria demonstrar maior zelo pelas questões sociais, quanto mais quando os problemas se originam na instituição que preside. Ou seja, se atitudes dessa gravidade não têm, obviamente, natureza institucional, os gestores são, no mínimo, coniventes, eis que não tomam nenhuma providência efetiva no sentido de coibi-las e ainda tentam encobri-las como se fossem problemas menores.      

A mim estranha muito, também, a inércia do poder estatal, como por exemplo o Ministério Público, tão eficaz em outras situações, como no recente caso do pedido de interdição do Beira-Rio, e que, diante de fatos notórios e recorrentes, de profunda gravidade e repercussão social, não promove ações para solucionar esse problema. Se já foi tomada alguma iniciativa, peço desculpa pela desinformação, mas não posso deixar de dizer que restou inócua, pois as coisas continuam a acontecer. E cada vez em proporções maiores.

Os fatos descritos, e todo o seu contexto, não podem continuar a ser tolerados, muito menos ser vistos como atitudes isoladas, como pretendem os mandatários gremistas. Pessoas capazes de chamar seus semelhantes de macacos, na acepção  mais pejorativa do termo, que se orgulham de desfraldar uma faixa chamando a mãe de um atleta de prostituta, enfim, que promovem todos esses atos desprezíveis e muitos outros, devem ser alvo de atuação das autoridades competentes.

Assim, informando que já encaminhei mensagens semelhantes ao Ministério Público Estadual, à Federação Gaúcha de Futebol e à Confederação Brasileira de Futebol, envio esta, pedindo que essa Comissão de Direitos Humanos tome as atitudes que lhe competem para erradicar esse tipo de manifestação preconceituosa e violenta, que, antes de ser apenas um problema restrito ao mundo esportivo, reflete uma condição de desajuste social, que deve ser atacada de todas as formas.

Atenciosamente,



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