Comecei a pensar, então, se não seria o caso de recorrer ao isento Promotor para pedir a intervenção do MP em outro caso de relevante repercussão social. Decidi, então, mandar a seguinte mensagem para a Ouvidoria do Ministério Público, que recebeu o número de protocolo PR.01229.02337/2012-0:
"Recentemente, por ocasião do pedido de interdição do estádio Beira-Rio, o Promotor de Justiça, Dr. Fábio Sbardelotto, demonstrou profundo zelo por suas funções institucionais, agindo com grande rapidez e eficiência.
No último domingo, a exemplo do que acontece com muita
frequência no estádio Olímpico, a torcida gremista promoveu odiosos atos de
racismo e violência (cânticos preconceituosos, incitação à agressão física,
etc.), dirigidos ao jogador Ronaldinho, oriundo do próprio clube, e palavras
extremamente ofensivas à mãe do atleta, que foi chamada de prostituta em uma
faixa exibida por torcedores. Tais fatos podem ser comprovados pela divulgação
feita na imprensa e por sítios na internet, inclusive com áudios e fotografias.
Tais atitudes, repita-se, notoriamente são recorrentes entre
a torcida do Grêmio. Quem já assistiu a um Gre-Nal é testemunha. Quando
questionados, os dirigentes costumam dizer que se trata de "meia
dúzia" de "meninos" que não têm representatividade na torcida
(palavras do atual primeiro mandatário da agremiação em ocasiões passadas), o
que significa apenas uma manobra visando a justificar a omissão de quem tem
obrigação de promover ações para coibir essas manifestações.
Assim, tendo em vista a gravidade da situação e a sua
repercussão social, e considerando a ligação do ilustre Dr. Sbardelotto com o
futebol e, particularmente, com o Grêmio, do qual, segundo informações que não
tenho como confirmadas, foi ou é conselheiro e integrante de movimentos
políticos, o que, a propósito, pode auxiliar na obtenção de informações para a
apuração dos fatos, sugiro que lance mão da sua comprovada competência e
proponha aos setores competentes desse Parquet uma atitude efetiva visando à
punição dos responsáveis diretos e indiretos por esses atos desprezíveis, que
envergonham o povo gaúcho e não são dignos das nossas respeitáveis tradições,
quer sejam eles meros torcedores, conselheiros ou mesmo membros da diretoria do
clube.
Atenciosamente."
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