NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



quarta-feira, 5 de maio de 2010

DESMISTIFICANDO A ATUAL DIREÇÃO

Eis um dos principais problemas da imprensa:

A incapacidade de analisar os fatos, ou melhor, analisá-los como lhe convém. Além de jogar "informações" distorcidas no ar.

Atentem para este trecho (retirado do blog do Nando Gross em http://wp.clicrbs.com.br/nandogross/2010/05/05/as-coisas-se-repetem/?topo=77,1,):

"Isto já tinha acontecido na gestão Fernando Miranda e o resultado não foi bom, tanto que o ex-presidente tratou de se afastar completamente do clube depois de dois anos sem ganhar nada, nem ao menos um Gre-Nal."

O fato de o ex-presidente colorado Fernando Miranda não ter ganhado nenhum gre-NAL e ter se afastado do Clube depois de terminado seu mandato não tem nada a ver com policiar ou não a imprensa. Fernando Miranda talvez seja o dirigente mais injustiçado da história política do Inter. Se dentro de campo as equipes montadas por ele não foram um primor e não obtiveram resultados satisfatórios, a reorganização e a reestruturação do Inter enquanto Clube, instituição, deve-se muito ao seu trabalho sério e corajoso.

O trecho acima, do blog do Nando – que é um jornalista sério (um dos poucos jornalistas sérios deste país, aliás), serve apenas para aumentar o número de alienados e iludidos eleitores da atual gestão, encabeçada por Fernando Carvalho.

Explico: este comentário descontextualizado sobre a gestão F. Miranda faz com que aqueles que se deixam levar única e exclusivamente por resultados a curto prazo e que não acompanham o dia a dia do Clube caiam naquele velho papo maniqueísta de que “ruim com FC & cia., pior como era antes”.

Mas não é bem assim! Vamos aos fatos:

1 - F. Miranda teve seu projeto abortado antes do tempo. Durante a gestão dele em 2000/01, o Inter nunca passou perto da divisão do gfbpa. Ao contrário do que ocorreu no primeiro mandato de F. Carvalho, quando o Inter quase foi rebaixado em 2002.

2 – A gestão F. Miranda não ganhou nenhum gre-NAL, é verdade. Mas cabe lembrar que, na época, o gfbpa contava com uma parceria da I$L que injetava milhões de dólares nos cofres deles (e num período em que o dólar estava em alta). Enquanto isso o Inter tratava de pagar as contas e resgatar credibilidade no mercado após sucessivas gestões desastrosas e maléficas nos anos 80 e 90 (das quais, inclusive, FC era parte integrante, como ele mesmo relata em seu livro “De Belém a Yokohama”, nas páginas 55-64).

3 – F. Miranda teve um grande mérito: ele, e seus companheiros de gestão, foi voz isolada contra as tais parcerias, que eram moda na época e atiçavam os ditos grandes clubes brasileiros. O tempo se encarregou de mostrar que F. Miranda tinha razão sobre esta questão. Quando os outros faliram e caíram ou retornaram para a 2ª divisão (casos de Palmeiras e gfbpa, respectivamente), o Inter permaneceu firme e forte, retomando um crescimento, lento, mas gradativo

4 – Os resultados de campo da gestão F. Miranda são pífios se comparados a 2006. Mas 2006 só pode ser comparado a 1940/45 e 1975/76/79. No campo, as coisas não foram tão ruins como, hoje, se faz pensar.

Em 2000, no brasileirão, o Inter chegou até as quartas-de-final (o campeonato ainda era disputado no mata-mata) e só foi eliminado pela total infantilidade do Leandro Guerreiro, hoje no Botafogo, que perdeu uma bola na lateral do campo e permitiu que o Cruzeiro fizesse o gol da classificação lá no Mineirão. Ficamos em 6º.

O time comandado por Zé Mário - ilustre desconhecido e desacreditado, mas que fez um trabalho imensamente mais competente do que Celso Roth, Ivo Wortman, Lori Sandri, Joel Santana, Alexandre Gallo, estes todos contratados de FC.

Em 2001, lutamos até a última rodada para ficar entre os oito que se classificavam à fase seguinte do brasileirão, mas a escassez de recursos e a conseqüente escassez de qualidade do time, aliada à teimosia ancestral do Parreira, não permitiu que fossemos adiante no campeonato. Acabamos em 9º.

5 - Já o F. Carvalho ganhou a América e o Mundo apenas no último ano de gestão, graças a uma mudança estrutural e administrativa que iniciou bem antes e que possibilitou a ele e seus asseclas executarem uma política de futebol vitoriosa a longo prazo (leia-se em 2005/06). Cabe lembrar que o FC teve um primeiro mandato pífio, pior do que o único mandato do F. Miranda.

Recordar é viver:

Já sob a gestão F. Carvalho, em 2002, o Inter esteve à beira do rebaixamento, escapando na última rodada de forma dramática (e até suspeita para muitos). Ficamos apenas na 21ª colocação.

Em 2003, acabamos em sexto lugar no brasileirão, perdendo a vaga na libertadores na última rodada de forma melancólica e vexatória (5x0 diante do São Caetano, quando bastava um empate). Ou seja, mesma posição obtida em 2000 na gestão F. Miranda.

Então: sob a gestão F. Miranda 2000/01 atingimos o 6º e o 9º lugar. Sob a primeira gestão de F. Carvalho atingimos apenas o 21º e o 6º lugar.

Agora, digam-me: qual gestão esteve mais próxima do sucesso?

Daí, em 2004, vem um mandato tampão de F. Carvalho, por aclamação, sob a alegação de que assim as eleições para presidente e para o conselho deliberativo seriam unificadas.

Mas o futebol foi mal de novo. Após sucessivas trocas de técnicos, acabamos o brasileirão apenas na 8ª colocação, sem disputar absolutamente nada (e FC & Cia. ainda falam em planejamento...).

Só em 2005 e 2006, já no terceiro mandato de F. Carvalho, as coisas se ajeitaram e o Inter ganhou títulos relevantes (como havia sugerido João Paulo Medina, lá em 2000, quando foi ridicularizado pelo famoso “Relatório Medina”. O curioso é que até hoje ninguém da imprensa teve a decência de se retratar sobre isso. Pelo menos eu não vi).

Digo isso tudo para que fique bem claro para os alienados e oportunistas de plantão que a questão política e institucional no Inter não se resume a “antes de FC" e "depois de FC", nem que “só o FC pode ganhar títulos". A questão tampouco se resume à dicotomia “reeleger eternamente FC e seus asseclas ou retornar aos anos 80 e 90". É curioso isso, porque no livro “De Belém a Yokohama", páginas 102-106, o próprio FC lembra que durante sua campanha como candidato à presidência enfrentou muita resistência de torcedores e conselheiros por ter feito parte das gestões de Asmuz, Záchia & Cia. nos anos 80 e 90. Teve, inclusive, que promover um amplo debate para desvincular sua imagem dessas gestões nefastas.

Ouço/leio também muita gente que diz o seguinte: “o FC fez do Inter um Clube grande de verdade". NÃO, NÃO e NÃO!!!

O Inter SEMPRE foi grande, desde 1909, porque nasceu sob o ideal nobre de dar espaço aos desfavorecidos e excluídos também, ao contrário de outros Clubes que não aceitavam pobres e negros em seus quadros sociais, por exemplo!

O Inter ficou ainda maior nos anos 40 e 50 (bem antes do seu FC nascer) e atingiu um patamar superior nos anos 70, quando o FC era apenas um torcedor anônimo, como muitos de nós.

O FC, eis o seu grande mérito, ajudou a retomar o rumo das vitórias, porque grandeza nunca deixamos de ter. O problema é que o próprio F. Carvalho está virando as costas para tudo isso.

Estamos aqui justamente para lembrá-los de tudo isso e resgatar nossos valores, nossas tradições, nossa História!

ACORDEM!!! O Inter NÃO nasceu em 2002!

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