"A direção do Inter incendiou o Beira-Rio e subiu no Morro Santa Teresa pra ver o circo pegar fogo."
Seu autor, Cláudio Quintana Cabral, que, para quem não sabe, é comentarista da Rádio Bandeirantes AM, e integrou o célebre grupo dos Mandarins, nos anos 70, a proferiu durante o prgrama de debates Apito Final, por volta das 13 horas de hoje, entre outras críticas bastante contundentes aos atos da atual gestão Colorada.
Vejamos o que diz outro ilustre Colorado, talvez não por coincidência integrante daquele grupo vencedor dos 70's:
"Saia, Fossati. Ou fique.
Quando o Internacional venceu o Estudiantes no Beira-Rio (gol de Sorondo, 43 minutos do 2º tempo) dei uma longa entrevista na Rádio Gaúcha, ao Sílvio Benfica, como antes escrevera um artiguete em ZH sob o título Perceba, Fossati. Alguns colorados criticaram minhas críticas, menos pelo conteúdo e mais pelo que definiam como inoportunas, certamente pelo momento de vitória. Pois acho que foi o que houve de melhor, a oportunidade.
Aprendi no futebol que o momento ideal para mudar é o das vitórias. Mudar o time, o treinador e até os diretores. Basta olhar o passado. Foi em tempos vencedores que o Inter trocou Pontes por Figueroa, Tovar por Carpegiani, Carbone por Falcão, como Daltro por Dino Sani, e este por Minelli. Sempre vencendo. Assim também trocou dirigentes nos gloriosos anos 70.
Nas derrotas, tendemos a ver só os defeitos, quando não os inventamos ou aumentamos, daí a velha terra arrasada. Na vitória, temos a oportunidade da análise equilibrada. Foi o que fiz, naquele momento, e tento fazer agora novamente, quando o Inter está entre os quatro melhores da América. Ver, por exemplo, que o grupo é muito bom. Tão bom que resiste à instabilidade das constantes mudanças de escalação e de sistema de jogo.
Este é o ponto: o grupo semifinalista da Libertadores é muito bom. Instável é o tratamento coletivo, o processo de escolha e de definição, não tanto de escalação (naturalmente variável por lesões ou cartões), mas principalmente de orientação, ou falta dela. Prova: com esquema retranqueiro, o colorado toma gol demais. Com atacantes em excesso ou carência, faz gol de menos. Passa a impressão de que Fossati olha muito para as duas áreas e não para o meio-campo. Falo antes do jogo com o Vasco e me atrevo: se arrumar a meia-cancha e proteger a defesa, ganha. Se não tomar gol, na frente alguém faz, como está provado desde Gabiru. Do contrário, nem empata.¹
Triste é que a permanência ou troca do treinador dependa só dos efeitos, o resultado, e não das causas, as suas decisões.² Pior é se Fossati ficar ou sair só pelos resultados, botando fora este período de quatro jogos para acertar definitivamente o time ou permitir que outro o faça. Adiando ou reavaliando, como diz Fossati, só vai prorrogar a incerteza e a agonia até a véspera das semifinais, que pode ser tarde, conforme a advertência de domingo passado. Decida logo, Fossati: saia ou fique. Já.
IBSEN PINHEIRO* (*) Conselheiro do Inter e deputado federal"
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2917523.xml&template=3898.dwt&edition=14771§ion=1010
¹ Alguém vai dizer que o Ibsen está secando o Inter contra o Vasco?
² Uma frase do Nélson Rodrigues sempre citada pelo Douglas: "No futebol, pior cego é o que só enxerga a bola."
Nota-se, portanto, que não estamos "vendo chifre em cabeça de cavalo" e que não somos os únicos a conseguir enxergar um pouquinho além do discurso oficial.
Aproveito para agradecer a participação frequente da grande Colorada, Lúcia Bastos (http://coloradasnaarea.blogspot.com/), sempre com comentários muito pertinenetes, e das "Meninas da Mureta" (http://meninasdamureta.blogspot.com).
Parabéns pelo blog. Sou mais um colorado frustrado, nem vontade de assistir aos jogos tenho, sequer na televisão, quem dirá ir ao estádio.
ResponderExcluirContinuem reclamando!!! Quem sabe um dia o nosso time volte a ser o clube do povo.
Estamos na luta por isso "J". Obrigado pela visita e pelo elogio. Sempre que quiser aparecer por aqui e contribuir será muito bom. Se quiser, em outro comentário amplia um pouquinho a tua identificação, mas se preferir continuar no (quase) anonimato, sem problema. Grande abraço.
ResponderExcluirÓtimo blog, concordo em gênero, nr, e grau. Temos que nos mobilizar contra isso se não adiantar o grito das arquibancadas, poderíamos fazer um apagão de algumas parcelas dos sócios, pode ser que mexendo no caixa eles voltem a olha pra nós.
ResponderExcluirGrande Everton Luis! É exatamente disso que precisamos: Colorados que entendam as nossas preocupações e que tenham contribuições e ideias boas para dar. Vamos ampliar essa rede. Tenho certeza que daqui a pouco eles vão começar a sentir o rugido do Beira-Rio, como gosta de falar o FC.
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