NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A OMISSÃO DA IMPRENSA ASSUMIDA PELO MICROFONE

Hoje, durante o programa "Ganhando o Jogo", na rádio Guaíba, por volta das 11 e 15, o (excelente) repórter Maurício Freitas, que cobria o setor do Grêmio, disse, diretamente do Olímpico, que havia uma confusão na fila de venda de ingressos para o Gre-Nal. Ele entrevistou um torcedor, que estava muito irritado e disse várias vezes que "eles não venderam 400 ingressos hoje de manhã". E falou que a direção estava fazendo novamente o que sempre faz com os ingressos de Gre-Nal. Do estúdio, o Luís Carlos Reche perguntou o que a direção sempre faz. O torcedor disse que a direção repassa os ingressos para a Geral e outras pessoas e disponibiliza poucos para os sócios.

Como os nossos comentaristas esportivos são incapazes de abordar um fato isolado envolvendo um dos clubes da dupla Gre-Nal, sem que seja estendida a questão ao outro, o Reche estabeleceu o debate dizendo que isso acontece tanto no Olímpico como no Beira-Rio. A notícia do momento envolvia a venda de ingressos no Olímpico. O Internacional não tinha nada a ver com a história. Por que, então, essa necessidade de equilibrar as coisas na marra, trazendo fatos do adversário? Realmente não entendo. Mas o pior ainda estava por vir.

O professor Ênio Kaufmann trouxe à baila o célebre episódio da queima dos banheiros químicos. Segundo ele, na época do acontecido, o então presidente do Grêmio, coincidentemente o Dr. Paulo Odone de Araújo Ribeiro, deu entrevistas após o jogo dizendo que os responsáveis seriam punidos e excluídos do quadro social. Entretanto, ainda nas palavras do professor, quando houve a identificação e se constatou que o ato havia sido praticado por filhos de conselheiros gremistas, o caso foi abafado. Notem a gravidade disso que pode ser até considerado como uma denúncia feita por um homem respeitado na comunidade, conhecido professor e agora também homem de rádio, portanto insuspeito para falar.

Vamos examinar com um pouco mais de cuidado a questão. Como eu disse, o professor Ênio Kaufmann fez praticamente uma denúncia, ao dizer que o presidente do Grêmio interrompeu os procedimentos punitivos que havia anunciado ao tomar conhecimento que entre os criminosos (o fato não foi menos que um crime) havia filhos de conselheiros do clube. Esse não é o procedimento adequado para alguém que, ao lado do governador do estado, do prefeito da capital e do presidente do Internacional, pode ser considerado o dirigente mais importante do Rio Grande do Sul. Desse episódio nasceu a ideia falaciosa que as atrocidades praticadas por alguns membros da torcida gremista são apenas brincadeiras de "meia dúzia de meninos da Geral".

Todavia, a postura do sr. Paulo Odone, que não bastasse a condição de presidente do Grêmio, é parlamentar e integra, na condição de suplente, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do RS, não é o objeto principal deste comentário. Considero de gravidade muito maior a omissão dos veículos de imprensa e das autoridades oficiais. De acordo com o relato do professor Ênio Kaufmann, os criminosos foram identificados e houve repercussão disso na mídia, do contrário ele próprio não poderia ter tomado conhecimento. Ora, por que, então, o assunto não foi tratado de acordo com os princípios éticos da prática profissional, segundo os quais o jornalismo deve ser exercido em nome da sociedade e este deve ser o compromisso do profissional de imprensa? Será exagero imaginar que há interesses obscuros por trás dessa omissão? Quero poder continuar acreditando que não. E por que o Ministério Público não promoveu as ações competentes contra os responsáveis, já que, como se viu, eles foram devidamente identificados? Muito provavelmente esses meliantes são os mesmos que a cada jogo incentivam a violência e o racismo, expondo faixas chamando a mãe de um atleta de prostituta, entoando cânticos como "chora macaco imundo" dirigidos à torcida Colorada e outras práticas igualmente odiosas e que deveriam se erradicadas definitivamente pela ação de quem tem o poder de agir. Ah, bem, talvez eu não deva me esquecer que a nossa imprensa debita esses repudiáveis atos na conta do folclore Gre-Nal e acha que as coisas não devem ser tão radicalizadas, não é, sr. Rogério Mendelski?

Enquanto a nossa imprensa e as nossas instituições não abandonarem essa postura omissa diante de fatos dessa gravidade, sejam praticados pela torcida do Grêmio ou do Internacional, continuaremos a ficar à mercê desses bandidos que tornam quase impraticável a presença de torcedores de bem nos estádios.

De nada adiantam, senhores jornalistas, promotores de justiça, magistrados, deputados, secretários de governo, as suas campanhas contra a violência nos estádios, se diante dela, na prática, os senhores calam.

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