NOTA DE ESCLARECIMENTO INICIAL

Somos COLORADOS e estamos preocupados com os rumos do CLUBE DO POVO. Por isso criamos este blog. Nosso maior objetivo é resgatar a alma do Sport Club Internacional, cujos alicerces estão fincados nas classes populares, que sempre deram sustentação e transformaram o INTER no GIGANTE que ele é.


O Inter NÃO nasceu em 2002!!!



terça-feira, 14 de agosto de 2012

É POSSÍVEL NÃO SER OMISSO


Vasculhando a internet, o Douglas achou este texto do Mário Marcos de Souza, que comprova que a omissão da mídia sobre o racismo explícito e ostensivo praticado por uma grande parte da torcida do Grêmio é uma opção. O detalhe interessante é que ele não emitiu essa opinião no espaço que tem na ZH e nem em qualquer outro vinculado à RBS. Por que será? No final alguns comentários meus.




 

Zé Roberto sobre gritos racistas: “Foi uma coisa deprimente”

Publicado em maio 17, 2011 por 
O que passou meio despercebido no domingo, em meio à agitação de um Gre-Nal decisivo e à festa dos campeões, foi escancarado pelo meia Zé Roberto no fim da manhã desta terça-feira, durante entrevista coletiva no Beira-Rio: no momento em que ele iniciou o aquecimento para entrar em campo, ainda no primeiro tempo, parte da torcida do Grêmio passou a gritar macaco, macaco.
- Foi uma coisa deprimente. É um sentimento nojento – desabafou Zé Roberto, abalado com toda razão.
Zé Roberto chegou a conversar sobre o assunto com companheiros de time e ouviu deles a afirmação de que “no Olímpico, isso é normal”. Decidiu então não levar o assunto à frente e só voltou a falar nele ao ouvir a pergunta de um repórter na coletiva.
É uma questão que deveria preocupar seriamente aos torcedores do Grêmio, especialmente à imensa maioria que certamente discorda da ofensa racista. Além da atitude condenável, há a velha questão do rótulo – que gruda em um clube e não sai mais. Se outros jogadores do Inter disseram a Zé Roberto que “no Olímpico é assim mesmo”, é sinal de que o rótulo já está carimbado – e certamente com repercussão em todo o país.
Em 2005, exatamente em uma das gestões de Paulo Odone, um dos dirigentes do Grêmio, o desembargador Marco Antônio Scapini, preocupado com este rótulo e constrangido por atitudes racistas de certos grupos da torcida, fez uma campanha intensa de conscientização.
Antes de cada jogo e nos intervalos, fazia circular uma faixa pela pista atlética, voltada à torcida, condenando os gritos racistas.
Durante algum tempo, os gritos cessaram – ou ficaram tão reduzidos que ninguém mais deu importância a eles.
Agora, pelo jeito, voltaram com força. Mas voltou também Scapini à direção do Grêmio e, certamente, vai cuidar do assunto para evitar graves prejuízos ao clube.

A divulgação deixa visitantes e árbitros em alerta. É evidente que eles estarão no estádio, em muitos momentos, atentos para os gritos, como fez um árbitro no Estádio Alfredo Jaconi, tempos atrás. Ao ouvir os gritos cada vez que Tinga pegava na bola, ele fez a denúncia em súmula – e o Juventude foi punido.
A opinião de muitos de que os torcedores do Inter reagem na brincadeira não justifica o racismo. Apenas mostra que os dois lados estão errados: o que ofende e o que leva na brincadeira, na ilusão de que assim a agressão vai se reduzir. Racismo é algo sério demais para não ser levado a sério. Não tem qualquer sentido também justificar com a afirmação de que isso faz parte do folclore do futebol. Não faz, não.
Estou convencido de que atitudes como esta só terminarão com punições – ou quando o ofendido reagir na hora. Em 2006, por exemplo, o camaronês Samuel Eto’o, na época no Barcelona, deixou a bola de lado e se encaminhou para o vestiário no momento em que ouviu a torcida do Zaragoza gritar ‘macaco, macaco’.
Houve um choque na hora: o árbitro não sabia o que estava acontecendo e, quando os demais jogadores perceberam, correram para ouvir a justificativa de Eto’o. Ele só não saiu de campo porque os próprios jogadores do Zaragoza pediram que ficasse, enquanto o sistema de som do estádio advertia a torcida para a gravidade dos gritos e para o risco de punições ao clube.
Está na hora de jogadores brasileiros tomarem uma atitude assim.
O choque da decisão talvez conscientize as pessoas para a deprimente questão do racismo.


Comentários:


"Além da atitude condenável, há a velha questão do rótulo – que gruda em um clube e não sai mais. Se outros jogadores do Inter disseram a Zé Roberto que “no Olímpico é assim mesmo”, é sinal de que o rótulo já está carimbado – e certamente com repercussão em todo o país."

Aqui se constata que o racismo gremista é público, notório e reconhecido em todo o país. 



"Em 2005, exatamente em uma das gestões de Paulo Odone, um dos dirigentes do Grêmio, o desembargador Marco Antônio Scapini, preocupado com este rótulo e constrangido por atitudes racistas de certos grupos da torcida, fez uma campanha intensa de conscientização.
Antes de cada jogo e nos intervalos, fazia circular uma faixa pela pista atlética, voltada à torcida, condenando os gritos racistas.
Durante algum tempo, os gritos cessaram – ou ficaram tão reduzidos que ninguém mais deu importância a eles.
Agora, pelo jeito, voltaram com força. Mas voltou também Scapini à direção do Grêmio e, certamente, vai cuidar do assunto para evitar graves prejuízos ao clube."

Faltou ao jornalista informar que 2005 era ano de segunda divisão e que qualquer deslize fora de campo poderia comprometer o plano de retorno à elite. Depois disso, nunca mais se viu nenhuma ação nesse sentido. Pelo contrário, o deputado Paulo Odone, membro suplente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, atribui tudo a "meia dúzia de meninos da geral". E o desembargador Marco Antônio Scapini, tudo o que faz é incitar a violência, dizendo que o Neymar deve sair de campo direto para a UTI.

"A opinião de muitos de que os torcedores do Inter reagem na brincadeira não justifica o racismo."

Essa observação é de extrema importância, porque a justificativa mais comum para a omissão da mídia é que os Colorados aceitam a provocação, o que tira a força ofensiva da prática racista. Isso é uma bobagem, até porque os Colorados que aceitam isso, esses sim são meia dúzia de imbecis que gritam "Ah, eu sou macaco!" A grande massa Colorada não compactua com isso.

"Racismo é algo sério demais para não ser levado a sério. Não tem qualquer sentido também justificar com a afirmação de que isso faz parte do folclore do futebol. Não faz, não.
Estou convencido de que atitudes como esta só terminarão com punições"

A legislação penal é clara quanto aos crimes de racismo, cuja ação é pública, incondicionada e imprescritível. Além disso, o CBJD prevê punições de perda de pontos e outras para o clube cuja torcida praticar atos de racismo. No tocante à imprensa, o Código de Ética do Jornalismo diz, entre outras coisas, que é dever do jornalista denunciar práticas racistas. Ou seja, eles não fazem nada porque não querem. A omissão é questão de opção.





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