SUBVERTERAM O CALENDÁRIO

O ano do Inter acabou aos oito meses. Eu devo ter torcido para o Inter em cerca de 3 mil jogos ao longo desta minha encarnação, fora os amistosos, futsal, sub-20, sub-10, sub-5, fraldinha, etc. E vou torcer para ganharmos os próximos 19 que nos restam neste já encerrado ano de 2012, em que conquistaremos, à custa de muito esforço, uma vaga na Libertadores. E espero que nenhum Colorado comemore isso no fim do ano. Deixem isso pras bandas da Azenha/Medianeira/Humaitá/Vila Farrapos. Colorado tem que comemorar título e isso é quase impossível, porque se ganharmos as 19, faremos mais 57 pontos e poderemos levar a taça. Poderemos, mas mesmo assim não é certo.

Vamos definir uma coisa: o Fernandão jogador é Fernandeus; o Fernandão técnico até agora não fez quase nada direito. Deixar o Índio no banco num g...Nal é um crime. Além do cara estar jogando bem, é o jogador que mais encarna a alma Colorada no clássico. Ele não podia ter feito isso. O Kléber na lateral é uma lesma; no meio é uma lesma gripada e com preguiça. Em 45 minutos já dava pra ver isso, sem contar as outras vezes em que ele inventou esse negócio e o barco naufragou. Se o Dátolo não tem as melhores condições físicas, bota ele do início até quando aguentar, por um motivo bem simples: o meio-campo ficaria muito melhor e a chance de termos saído na frente aumentaria consideravelmente. E saindo na frente as coisas ficam muito mais fáceis. Botar um jogador fisicamente descontado para virar o jogo é uma contradição. E fazer isso na metade do segundo tempo é coisa que não dá mesmo pra se entender. O Forlán já teve tempo de sobra pra se adaptar. Não acho que ele teria que começar no banco, mas se não deu certo no primeiro tempo, igualzinho ao Kléber, troca no vestiário. Essas coisas não consigo entender. Ainda sobre jogadores, o Nei pode com muita boa vontade ser uma razoável opção no banco e o He-Man não pode vir como compensação de uma negociação frustrada com o empresário do Nilmar. Mas isso é problema da direção, da qual o Fernandão fazia parte até ontem.

No plano tático, o Inter do Do Rival não tinha jogada ensaiada, não tinha esquema tático definido, não tinha padrão de jogo, não tinha troca de passes, enfim, não tinha nada. O Inter do Fernandão não tem jogada ensaiada, não tem esquema tático definido, não tem padrão de jogo, não tem troca de passes, enfim, não tem nada. Incrível, mas nada mudou. O Inter passa 90 minutos sem dar um único chute considerável no gol. E hoje o gramado estava molhado! Por que não arriscar? É orientação tática que se tente fazer gol só de dentro da área? E por que não explorar a jogada aérea, se temos bons cabeceadores? Os corners são cobrados sempre no primeiro pau e os laterais/alas sequer sabem se tem grama nas proximidades da linha de fundo.

Por outro lado, o empenho dos jogadores, que estava sob suspeita com o técnico anterior, melhorou um pouco, mas essa melhora durou bem pouco tempo. Os caras voltaram a jogar a não jogar, sem nenhum comprometimento, sem garra, sem motivação (salários de 6 dígitos antes da vírgula não motivam ninguém, obviamente), salvo raras exceções.    

Mas o pior de tudo é ver uma atuação pornográfica no jogo e depois dele os "guerreiros Colorados" se agarrando aos beijos e abraços com os g...mistas, trocando camisas como se nada tivesse acontecido. Sei que muita coisa mudou nesses anos, em geral pra pior, mas sou do tempo em que trocar camisa em g...Nal dava justa causa. Ainda mais depois de derrota em casa.

E eu quero ver no ano que vem, quando o Beira-Rio inevitavelmente for fechado, quantos sócios dessa nova geração vão se manter em dia. Será que eles têm planejamento pra isso? Se for como o planejamento do futebol, meus amigos, só nos resta orar...